“A Petrobras anuncia, isso eu sei extraoficialmente, novo reajuste em 20 dias”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro, em coletiva realizada em Roma, na Itália, onde participa da reunião da cúpula do G20. Bolsonaro, claro, voltou a culpar o dólar, a inflação e o ICMS pelos aumentos. A pergunta que não quer calar, porém, envolve uma questão prática: como Bolsonaro sabe, antecipadamente, dos reajustes dos preços dos combustíveis? É isso que a Comissão de Valores Monetários, a CVM, também quer saber.
Na semana passada, a CVM já havia questionado a Petrobras sobre o fato de Bolsonaro ter falado de um reajuste no domingo e, no dia seguinte, a petrolífera anunciar o reajuste dos combustíveis. Além disso, a autarquia abriu um processo administrativo envolvendo a Petrobras depois de Bolsonaro afirmar que pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um estudo sobre a possível privatização da empresa. A comissão quer entender se as falas do presidente consistem em uma operação para administrar de forma irregular as oscilações das ações da estatal. Por volta do meio-dia, os papéis da empresa tinham alta de 1,5%.