Idealizador do Bolsa Escola, programa que instalou as bases do Bolsa Família, o ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania-DF) fez duras críticas ao cambalacho protagonizado pelo governo de Jair Bolsonaro para furar o teto de gastos e consolidar o Auxílio Brasil, por meio da PEC dos Precatórios. “O auxílio é um cheque sem fundo, porque vai sendo corroído pela inflação. Se não respeitar o teto, é quebrada a base central de qualquer economia forte do mundo, a confiança”, diz ele ao Radar Econômico. “Bolsonaro acabou com o programa e com a regra fiscal. É muito grave”.
“Votei pela PEC do Teto e considero um dos melhores votos que dei. Dois mais dois é igual a quatro. Se arrecadamos quatro, não podemos gastar cinco. Não sou negacionista”, faz troça.
Buarque instituiu o Bolsa Escola em 1995, quando governador do Distrito Federal, e desenhou as bases para o programa do governo Fernando Henrique Cardoso, que baseou, por sua vez, o Bolsa Família de Luiz Inácio Lula da Silva. “O programa perdeu sua característica educacional. O Bolsonaro enterra de vez. O auxílio não é transformador, como uma bolsa. Ele é só uma assistência”, afirma.