A Paranapanema deve assinar nos próximos dias um memorando de entendimentos com 9 instituições financeiras para reestruturar cerca de 3 bilhões de reais em dívidas, segundo fontes a par do assunto contaram ao Radar Econômico. O acerto prevê alongamento de prazo e carência para o pagamento da dívida, que já venceu no ano passado. Mas antes mesmo do anúncio oficial, os papéis da empresa dispararam na bolsa de valores. Nos últimos 20 dias, a ação subiu 150%, o que foi considerado um movimento atípico para uma empresa que está em default com seus credores, com um prejuízo anual de mais de 820 milhões de reais e patrimônio líquido negativo. Só no pregão desta quinta-feira, a alta da Paranapanema na bolsa superou 15%, antes da divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano que foi divulgado à noite.
A empresa é a maior produtora brasileira não-integrada de cobre refinado, vergalhões, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas, e pode se aproveitar de um movimento de recuperação do setor da construção civil, o que foi levado em conta pelos seus credores na renegociação. A Paranapanema, no entanto, tem um longo histórico de reestruturação de dívidas. Nos últimos 5 anos, esta já é a segunda reestruturação da empresa, que culminou com a troca dos acionistas. Saíram os fundos de pensão Previ e Funcef e chegou à empresa o empresário João Araújo por meio da Mineração Buritirama e Buritipar. Também a Caixa é acionista relevante da empresa, de uma participação que lhe foi transferida pelo BNDES.
*Correção: uma versão inferior informava que Silvio Tini tinha chegado com a saída da Previ e Petros. O empresário já era acionista da empresa antes disso.