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Administrador judicial pede um cão de guarda para vigiar a Itapemirim

Grupo que está em recuperação judicial lançou em junho sua empresa de aviação e neste mês atrasou o pagamento de salários da aérea

Por Josette Goulart Atualizado em 13 ago 2021, 20h35 - Publicado em 13 ago 2021, 15h48
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  • Quando lançou oficialmente sua companhia aérea, em maio, o dono da empresa Sidnei Piva disse ao Radar Econômico que investidores árabes fariam um aporte de 500 milhões de dólares na nova companhia. Mas ele mesmo informou que o sucesso do aporte dependia do fim da recuperação judicial da empresa de ônibus. Naquele mesmo mês, a empresa fez o pedido do fim do processo que corre na Justiça de São Paulo. De lá para cá, não só o juiz ainda não se decidiu sobre o fim da recuperação judicial, como os credores inundaram o Judiciário com reclamações.  Alguns credores pediram até mesmo a destituição da diretoria, alegando que dinheiro está sendo desviado para a companhia aérea.

    Neste mês, o administrador judicial sugeriu que a Justiça coloque um watchdog na empresa, ou seja, um cão de guarda tipo pitbull para fiscalizar e vigiar os passos de todas as empresas do grupo. Ainda pede que a procuradoria da Fazenda seja chamada a explicar se fez algum acordo para uma dívida de 2 bilhões de reais da empresa. A Itapemirim alega que está com tudo em dia e os credores que não receberam é porque contestam valores. Mas os credores, como o Bradesco Saúde, reclamam que nem os valores já acertados estão sendo pagos.

    Para piorar o voo, nesta semana veio a público o atraso no pagamento de salários da recém-criada companhia aérea. A companhia garante que o atraso  foi apenas uma questão técnica, quando a empresa resolveu centralizar os pagamentos em um único banco e que o problema já foi resolvido. Mas quando questionada sobre os investimentos árabes e o fim da recuperação judicial, a empresa agora se nega a comentar.

    Em nota, o grupo Itapemirim disse: “Sobre a sugestão do Administrador Judicial, a EXM Partners, de colocar um watchdog “para fiscalizar e vigiar os passos de todas as empresas do grupo”, a Itapemirim informa que, desde o início da recuperação judicial, há um colaborador da empresa EMX Partners dedicado e com acesso a todo tipo de informação das empresas recuperandas. Hoje, é o sr. Francisco Martin, que trabalha nas instalações da Viação Itapemirim de segunda a sexta-feira. Ao peticionar dessa forma no processo, o Grupo Itapemirim entende que a EXM quer apenas tumultuar a saída do Grupo do processo de recuperação judicial.”

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