Luciano Huck deixou muitas cabeleiras eriçadas nessa quinta-feira. O que ele fez? Deu uma entrevista para a Folha de S. Paulo declarando que é hora da sua geração “ocupar os espaços de poder”. A frase, lida como um aviso de que ele irá, em breve, investir na política surtiu o efeito de uma ameaça aos cidadãos bem pensantes. Gritos de revolta e ranger de dentes nas redes sociais e na mídia do lado certo da história. Comparações com Collor, Trump e, claro, Tiririca, acompanhadas dos inevitáveis “Coxinha!”, “É Golpe!”, “Não passarão!”, aquelas mumunhas iracundas de sempre.
O apresentador, por sua vez, caminhou placidamente sobre o muro (êpa!) e apesar da entrevistadora insistir, não se comprometeu e muito menos pediu desculpas pelas ligações pessoais com o ex-presidente FHC e o senador Aécio Neves. Mandou seu recado e deixou um suspense no ar: “Já faço política, fazendo televisão aberta no Brasil, com o poder que a Globo tem, trazendo boas histórias, dando opinião “, cravou.
Fico surpreso com o incômodo causado pela fala de Huck e um certo temor mal disfarçado por gente que exibe seu fervor no jogo político, como machões do cangaço de Lampião curtidos sob o sol da caatinga. Medo de um comunicador comandando as massas?
Não, eu não imagino Luciano Huck – a quem conheço de longa data – na Presidência da República. Já pensou, Tiazinha no Ministério da Defesa e a Feiticeira no da Tecnologia? Ou, como postou hoje um gaiato de plantão: “Já estamos no Caldeirão faz tempo”.