O respeito à diversidade é hoje um imperativo que, se desrespeitado, pode custar muito caro. Prova disso é que 72% do consumo brasileiro vêm de grupos minorizados como LGBTQI+, PCDs (Pessoa com deficiência), negros e mulheres. Isso significa que a cada R$ 100 consumidos no Brasil, R$ 72 vêm desse grupo.
Mas como agradar a este público que se tornou o principal consumidor brasileiro? Como as mudanças estão ocorrendo de forma acelerada, a diversidade dentro das empresas se tornou imperativa para conseguirem se manter competitivas e conectadas com este público. Portanto, diversidade hoje é sinônimo de competitividade e lucratividade.
Diversidade e inclusão evoluíram muito rápido, indo do discurso social para a prática real, metrificável. Muitas empresas e mesmo o mercado financeiro durante muito tempo relegaram a segundo plano o “S” de Social da sigla ESG. No entanto, esse cenário tem sido alterado e mesmo as bolsas de valores passaram a valorizar empresas que tenham membros de grupos socialmente minorizados nos conselhos de administração.
Não à toa, os dados da pesquisa “A falta de inclusão e os riscos para organizações”, realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido da iO Diversidade, apontam para esta realidade. Para 74% dos brasileiros (sete em cada dez), o apoio deveria ser um papel das empresas. E mais do que isso: 54% acreditam que elas devem se posicionar publicamente.
Os números servem para dimensionar o abismo que ainda existe entre a percepção da população sobre a importância do tema e a dificuldade que tanto o poder público, quanto a iniciativa privada, encontram para transformar o desejo da sociedade em uma realidade concreta.
A pesquisa ainda revela que o público que se identifica como LGBTQIA+, pessoas mais jovens – que compõe 1/5 da população brasileira, ou se enquadram como trabalhadores formais, está mais engajado com a percepção de que as empresas têm como papel apoiar pautas de diversidade.
Portanto, diversidade não deve ser uma responsabilidade do time de RH, mas um compromisso de toda empresa e principalmente do “board” que define o planejamento estratégico. Empresas que não caminharem para a diversidade, inclusive em postos de comando, estarão cada vez mais fora do mercado consumidor por não entenderem as demandas desse novo público.
Temos que ir para prática e gerar uma transformação real.