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Por Trás dos Números

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Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

A retomada do consumo das classes C e D

Setores que atuam com consumo de massa só tem a ganhar com política social do governo Lula

Por Renato Meirelles 26 jan 2023, 15h23

Prestes a completar um mês, o terceiro mandato do governo Lula segue sob o olhar atento do mercado que cobra um arcabouço fiscal consistente para substituir o teto de gastos, enquanto se recupera do vandalismo golpista que destruiu a Praça dos Três Poderes. Ainda é cedo para afirmar se a política econômica do governo vai vingar ou não, ou mesmo se veremos figurões da política e das Forças Armadas responsabilizados pelos atos do dia 8, mas uma tendência desse novo governo, e suas implicações, já se mostra bem clara: no cenário microeconômico, a nova gestão vai ampliar o consumo das classes C e D, retomando ao menos em parte o protagonismo econômico que essas classes tiveram no passado.

Entender o porquê dessa tendência é essencial, tanto para o setor público quanto para o privado pensarem em como lidar com os anseios e demandas destes segmentos da população para os próximos anos.

Para longe de uma torcida ou especulação sobre cenários econômicos, um fato objetivo tem que ser levado em conta para considerar essa tendência de aumento de consumo: como fez no passado, o governo Lula já deixou claro que sua política será focada na distribuição de renda, com injeção de recursos nas camadas de baixo da pirâmide social. Em português claro, a população mais humilde terá mais dinheiro para consumir, e isso, em grande medida, independe de Bolsa de Valores, da taxa de juros e de outros indicadores repetidos à exaustão por analistas econômicos.

Com dinheiro no bolso, seja ele por meio de programas sociais como o ressuscitado Bolsa Família, seja por meio de novas políticas de estímulo ao crédito ou renegociação de dívidas, a mercearia de bairro terá mais consumidores, demandando mais da indústria e podendo até contratar mais funcionários.  A roda da economia vai girar, ainda que afetada por uma inflação alta persistente, e isso não é pouca coisa se pensarmos no cenário microeconômico e no curto prazo.

Vale lembrar que já tivemos experiência semelhante no passado, no também turbulento período da crise de 2008. Na ocasião, dentre outras medidas, o governo injetou recursos em bancos e diminuiu o depósito compulsório das instituições financeiras, isto é, o valor que bancos precisam manter guardados no Banco Central para garantir os seus financiamentos. Isso permitiu a expansão do microcrédito a pequenos empresários e a manutenção do consumo mesmo em um momento de forte incerteza econômica.

Levando em conta essas lições do passado e as sinalizações, mais que claras, do governo atual, é inegável pensar que, no curto prazo, os setores de consumo de massa tem tudo para serem beneficiados com esse governo. Se as propostas de Fernando Haddad, para estabilizar a economia e acalmar os investidores, vão dar certo, ninguém tem condições de saber ainda, mas a aposta do governo de injetar dinheiro no bolso da população (que, para ser justo, também era a ideia de Jair Bolsonaro com seu Auxílio Brasil) certamente deve ajudar a distribuir a superconcentrada renda do país. Isso abre uma oportunidade para o varejo que espera atrair os consumidores das classes C e D.

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