Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Pé na estrada Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por André Sollitto
Viagens de carro para quem ama o caminho tanto quanto o destino
Continua após publicidade

De São Paulo a Itu: primeiras impressões sobre o novo Ford Territory

SUV médio foi totalmente repaginado para oferecer maior espaço interno e conforto ao dirigir; teste na estrada mostra bons ajustes

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 ago 2023, 12h23 - Publicado em 28 ago 2023, 10h55

Os tempos em que a cidade de Itu era conhecida principalmente por seus objetos em tamanho gigante, como o orelhão e o semáforo, ficaram para trás. A região, próxima da capital, tem se tornado um destino de luxo, com empreendimentos corporativos, outlets de marcas famosas, aeroporto com foco em aviação executiva e grandes resorts. É o caso do Terras de São José Golf Club, que tem um campo de golfe de 18 buracos com clínicas para quem nunca praticou o esporte. O local foi escolhido pela Ford como o destino do primeiro test drive de seu novo Territory, SUV médio que deve brigar com os líderes da categoria.

A escolha dialoga com o público que a montadora pretende atingir com o lançamento. Trata-se de um perfil menos aventureiro, que busca espaço e conforto em um carro, mais do que performance ou capacidade off-road. Será o carro mais barato da Ford no Brasil, vendido a R$ 209.990, 10 mil a menos que a geração anterior, mas ainda dentro da estratégia de atingir um público com mais recursos. Ao olhar para o portfólio atual da empresa, vê-se um foco claro em picapes, com Ranger, Maverick, incluindo uma versão híbrida, e F150, um SUV “raiz”, o Bronco, e o esportivo Mustang. O Territory vem preencher esse espaço de SUV urbano, espaçoso, para a família.

O novo Territory é uma repaginação completa do modelo que foi lançado originalmente em 2020. O visual mudou bastante, com a grade da Ford facilitando o reconhecimento imediato, mas com inovações na traseira, nas linhas laterais e no capô que indicam uma esportividade “musculosa”. Ficou bonito, mas não tem a mesma personalidade de um Bronco, por exemplo. Desenvolvido em parceria com os chineses da JMC, ele foi adaptado ao nosso mercado, com ajustes na suspensão, nos modos de condução e na sensação de dirigir.

Cabine do novo Territory é espaçosa, com design minimalista e bom acabamento -
Cabine do novo Territory é espaçosa, com design minimalista e bom acabamento – (Ford/Divulgação)

De cara, o que chama a atenção é o design da cabine, com linhas minimalistas, bom acabamento e uma sensação de modernidade. O quadro de instrumentos, totalmente digital, é integrado à central multimídia em uma moldura única, o que dá continuidade. O console central é elevado, mais esportivo, com seletor de marchas giratório. Há um teto solar panorâmico que pode ser aberto até a metade, e um espaço para objetos sob o console de dois andares, algo visto em muitos modelos chineses. É prático e funcional. Os bancos da frente tem regulagem elétrica de altura e profundidade (10 posições para o motorista e 4 para o passageiro), embora a sensação de dirigir seja sempre bastante elevada. Quem vai atrás não tem do que reclamar. Além do amplo espaço para cabeça, com o banco do motorista regulado para uma pessoa de cerca de 1,70m, o ocupante da segunda fileira tem quase três palmos de distância entre os joelhos e o banco da frente.

Continua após a publicidade

O tamanho do carro explica esse maior espaço interno. São 4,63 metros de comprimento, 2,72 m. de entre-eixos, 1,70 m. de altura e 1,93 m. de largura. Em alguns aspectos, é maior que um Jeep Compass e um Jeep Commander, os principais concorrentes que o Territory vai tentar bater. Segundo Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, o novo SUV é voltado para quem quer o espaço de um Commander, mas não precisa de sete lugares. O porta-malas também ficou maior que a geração anterior, com 448 litros. E houve uma preocupação em melhorar alguns aspectos de comodidade, como a posição para entrar no veículo e a decisão de deixar o chão da segunda fileira totalmente plano, o que facilita a vida do ocupante do meio.

O comboio saiu de São Paulo com destino a Itu para que a imprensa pudesse ter uma ideia de como o SUV se comporta nas estradas. E a opção pela Castello Branco faz sentido. Afinal, é uma das rodovias do Estado. De cara, as impressões são boas. Mas fica a vontade de ver como o SUV se comporta em situações menos “corretas”, com mais imperfeições no solo.

Porta-malas está maior que a geração anterior, e espaço a bordo é generoso inclusive para os ocupantes da segunda fileira -
Porta-malas está maior que a geração anterior, e espaço a bordo é generoso inclusive para os ocupantes da segunda fileira – (André Sollitto/Divulgação)

A vida a bordo é confortável. O isolamento acústico é muito bom, e fica ainda mais perceptível quando o teto solar é aberto. Quando o barulho do vento entra na cabine, percebemos como o ambiente estava silencioso antes. A direção elétrica é leve, mas não adaptativa, o que significa que mesmo em altas velocidades ela continua mais “mole”. Há quem prefira esse estilo, mas uma direção um pouco mais rígida nas estradas passa maior sensação de segurança. O carro ainda tem quatro modos de condução: normal, eco (que prioriza a economia de combustível), sport e serras/colinas. A troca é feita pela central multimídia, de forma confusa. Se o Android Auto ou o Apple Car Play estiverem conectados (e provavelmente estarão, já que a conexão é sem fio e há carregador por indução), é preciso sair do app e voltar ao painel original do carro.

Continua após a publicidade

O conjunto do motor EcoBoost 1.5 (com 169 cv e 250 Nm) e a transmissão de dupla embreagem de sete marchas funcionam muito bem. As trocas de marchas são suaves, imperceptíveis, e as respostas são rápidas. As retomadas são responsivas, principalmente considerando o peso do carro (1.7 tonelada), e a experiência toda de condução é bastante prazerosa. O pacote da versão Titanium, topo de linha, a única disponível do Brasil, ainda inclui alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência, piloto automático adaptativo.

Na chegada ao destino, estacionar em uma vaga é um processo simples, já que o modelo tem sensores e câmeras que oferecem uma visão completa, aérea (a chamada bird’s eye view), do próprio carro e dos arredores. É um recurso presente em vários modelos mais caros que facilita muito a vida no dia a dia. Dessa vez, não testamos o campo de golfe. Mas a bordo do Territory ou de qualquer outro veículo, o Terras de São José Golf Club é uma opção interessante para quem tem curiosidade em aprender o esporte ou já é veterano. Para os iniciantes, as aulas de 30 minutos custam R$ 140. É preciso ainda alugar os tacos (R$ 155) e os carrinhos de puxar (R$ 60). O aluguel do gold cart é mais R$ 240, no caso da partida completa, de 18 buracos, ou R$ 155, no caso de nove buracos. Por fim, há ainda a green fee, o valor cobrado pelo uso do campo. Durante a semana, o pacote completo é R$ 265 (ou R$ 155, para nove buracos). Nos finais de semana, a partir das 6h40, o preço sobre para R$ 520 (ou R$ 275, no caso da meia partida). Após as 12h, o preço é igual ao do resto da semana. Não é exatamente um passeio barato, mas o campo foi eleito pela revista Golf Digest como um dos dez melhores do país.

Campo da Terras de São José Golf Club foi eleito um dos dez melhores do Brasil -
Campo da Terras de São José Golf Club foi eleito um dos dez melhores do Brasil – (Divulgação/Divulgação)

O salto do novo Territory em relação ao modelo anterior é enorme. E ainda mais surpreendente considerando que o original foi lançado há apenas três anos. É uma característica do mercado chinês, muito mais ágil nas mudanças. Ele está mais moderno, mais tecnológico e espaçoso, e com um valor muito competitivo nesse segmento dos SUVs médios. O grande desafio, agora, é bater concorrentes bastante estabelecidos no mercado brasileiro, como a Jeep, com o Compass e o Commander, e a Volkswagen, com o Taos. E também os chineses, tanto os mais conhecidos, como a Caoa Chery, quanto os novatos, como a GWM, que vem fazendo bastante barulho com seu Haval H6. O preço, com certeza, terá um papel importante nessa estratégia. Mas a impressão inicial desse novo modelo foi bastante positiva.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.