Talvez a letra Paciência, de Lenine, seja a que mais retrate esse longo período de pandemia enfrentado por todos nós. Um dos trechos diz: “enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência”. E é exatamente isso. Nessa última semana tive que buscar forças, o equilíbrio mental, para suportar as notícias sobre as internações de três amigos, praticamente irmãos, Marco Antônio e Jairzinho, parceiros de Copa 70, e meu compadre Búfalo Gil, da Máquina Tricolor. Todos vacinados, “protegidos” pela segunda dose, mas ainda não é o suficiente porque surgiu a variante Delta e sabe-se lá quantas outras surgirão.
“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para”. Sigo com a máscara e rezando por dias melhores. O futebol sempre distrai e é o meu companheiro de todas as horas. Assisti poucas partidas nos últimos dias, mas fui premiado pela belíssima vitória de 5×0 do Manchester City sobre o Arsenal. Sou fã do Manchester e do Guardiola, já falei mil vezes. Soube que o meu Botafogo venceu o Coritiba e o Vasco a Ponte Preta. Será que sobem?
Como se não bastasse esse vírus maldito ainda ter que aturar esses analistas de computador comentando é osso duro de roer. Nesse fim de semana, ouvi que o jogador driblou por dentro e saiu na contramão! Inter e Atlético-GO protagonizaram um show de horror, com mais de oitenta passes errados. Que vergonha! Assisti também Bragantino x Galo e ouvi que o time de Bragança tem a virtude de alargar o campo! É cada uma! O Bragantino é um de meus candidatos azarões ao título, o outro é o Fortaleza.
Decidi que vou torcer para tudo que surpreenda e nos tire desse marasmo futebolístico. O locutor diz que Hulk está de volta à seleção. Verde não deu certo, será que amadureceu? Diego Costa foi resgatado pelo Atlético e já já vira Rei em nossas terras, afinal todos que não deram certo na Europa, ou já deram o que tinham que dar por lá, dão as cartas por aqui. A verdade é que o nosso futebol segue descendo ladeira abaixo e até mesmo a turma da praia parou no tempo. Quem diria, perdemos para Suíça e Senegal. No vôlei, nas Olimpíadas, já havia sido assim e vimos a banda passar.
Ah, PC, mas os outros países evoluíram! Tá bom, e nós vamos continuar chupando dedo. No sofá, sozinho e pensando em meus amigos internados, vejo Savarino driblar um monte de gente. Ele é abusado! Me lembrei de Osni, Katinha, Manoel Maria, Edu, Eduardo, Joãozinho, Rogério, Cafuringa e Nilton Batata, nossos pontinhas do passado. Só falta o estádio cheio para exaltá-los. Na verdade, falta muita coisa. “Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara. Tão rara”. Salve, Lenine! Salve a arte!