Por saberem que sou um crítico ferrenho do futebol atual adoram me provocar nas ruas com perguntas variadas. “PC, quem você escalaria do time do Flamengo de titular na seleção brasileira?”, me questionou um jovem, no metrô. Sem pensar, respondi ninguém. E sem qualquer clubismo gostaria que os rubro-negros respondessem também. O jogador mais inteligente do Flamengo, Arrascaeta, é uruguaio e nem titular de sua seleção é. A fase do Flamengo é maravilhosa e o torcedor tem mais é que comemorar, mas isso não me impede de continuar dizendo que há alguns anos a nossa safra de jogadores é sofrível, no Brasil e no exterior. Podem perceber que os grandes destaques dos clubes brasileiros são estrangeiros ou veteranos. Fluminense é Nenê, Botafogo é o Gatito e, agora, trouxe o Honda, e o Vasco tem o Guarín e o Cano. Corinthians é o Boselli, Atlético Mineiro tem Cazares, Otero e trouxe Diego Tardelli, no Internacional os ídolos são D’Alessandro e Guerrero, e o São Paulo tem Hernanes, Daniel Alves e Pato. Uma ou outra revelação, mas renovação de qualidade é baixíssima.
Mas vou abrir um parêntese para falar do São Paulo, afinal sou admirador confesso dos times treinados por Fernando Diniz. O primeiro tempo contra a Ponte Preta foi muito bom de assistir, mas se ele não fizer um intensivão de finalizações seu projeto pode ir por água abaixo para felicidade de muitos jornalistas que torcem contra, esses mesmos que usam expressões “repertório de ataques” e “cara da bola”. Tanto que os “especialistas das bancadas” preferiram elogiar Santos 0 x 0 Palmeiras, jogo horroroso! Torço muito para esses heróis da resistência, como Diniz, por isso vibrei por mais um título do Manchester City, de Guardiola, e gostei da derrota sofrida pelo retranqueiro Mourinho: Tottenham 2 x 3 Wolves. Não consegui assistir Real Madrid 2 x 0 Barcelona porque já não se sabe mais onde os jogos serão transmitidos. É um tal de clube brigando com emissora e o torcedor fica perdido.
Me indicaram um aplicativo, mas preferi desistir e encontrar meu amigo Rildo, lateral lendário do Botafogo e da seleção de 1966. Há anos mora nos Estados Unidos e nosso papo foi muito mais divertido, afinal ele é um dos grandes contadores de história do futebol, sem falar que foi capitão no Santos, de Pelé, e no Botafogo dos áureos tempos, não é para qualquer um. Adorei Jorge Sampaoli, outro de quem sou fã, no Atlético Mineiro. Torço para quem inova, quem consegue transformar pó em ouro. Mais tarde soube que na vitória do Real Madrid Vinícius Jr. abriu o placar e não tenho dúvida que hoje, em algum momento do dia, me perguntarão se o menino já está merecendo uma vaga na seleção. Taí, acho que vou aderir ao modismo dos fones de ouvido, imitar os jogadores da nova geração e, dessa forma antipática-estilosa, consigo evitar perguntas como essa. Sempre tive fama de marrento mesmo e acho que um fone de ouvido daqueles gigantões vai cair bem em mim, Kkkk!!!