A dura missão de começar 2021 com otimismo
Ainda em meio à maldita pandemia, Vasco, Botafogo e Cruzeiro seguem rumos humilhantes; na Libertadores, argentinos são favoritos
Sei que o correto é iniciar o ano transbordando de otimismo. E tenho me esforçado para isso, mas foi duro demais ver a Praia de Copacabana completamente vazia nesse réveillon. Torço para que os prefeitos eleitos cumpram suas promessas e para que essa vacina chegue logo. No caso dos cariocas, eles precisam de duas injeções, a primeira, esperada pelo mundo todo, e que enxotará esse vírus maldito de nossas vidas, e a segunda, de ânimo, pois a Cidade Maravilhosa está entregue às baratas.
Sinceramente, acredito na vacina e em um Rio de Janeiro mais feliz. Isso, se deixarmos o futebol de lado, afinal existe a seríssima possibilidade de Vasco e Botafogo caírem para a segunda divisão, o que seria catastrófico, humilhante, inaceitável. E como tem coisas que só acontecessem com o Botafogo vi pela classificação da Série B que o CSA, de Rodrigo Pimpão, e o Juventude, de Bochecha, dois ex-alvinegros, podem subir. E ainda sou obrigado a ouvir gracinhas de amigos dizendo que isso é praga e que essa dupla não poderia ter sido dispensada do clube. Só faltava essa!
Como o Cruzeiro não deve subir imagina-se uma segunda divisão bem complicada nesse ano. Esse foi o destino de, por exemplo, América e Portuguesa, de São Paulo. Ou profissionalizam-se ou somem do mapa. Sobre a Libertadores, posso estar enganado, mas está com toda a pinta que será vencida por Boca ou River mais uma vez. Gosto muito do trabalho de Marcelo Gallardo, do River, para mim um dos melhores treinadores do mundo, assim como Guardiola, eleito o melhor do século. A escolha de Guardiola é uma luz no fim do túnel, afinal ele preza por um futebol ofensivo, de toque de bola, bonito de se ver. E no Brasil conta-se nos dedos os treinadores que apostam nessa filosofia.
Aqui a cartilha seguida é a do jogo feio, mas garanto o meu emprego. Ou seja, em 2021 a vacina chegará, o corona desaparecerá do mapa, mas o vírus da retranca continuará promovendo o distanciamento social dos torcedores do estádio. Sem falar do bando de almofadinhas inventando um linguajar insuportável nas nossas caras e afastando o telespectador do futebol. Chega!