Vereador é preso por suspeita de desvio na Saúde em Foz do Iguaçu

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira um vereador de Foz do Iguaçu (PR) e mais cinco pessoas em uma operação denominada Renitência. A investigação apura desvios na área da saúde pública. O vereador preso é Luiz José de Brito, conhecido como Doutor Brito (Patriota). A investigação aponta suspeita de fraude em licitações de prestação de serviços para a Fundação Municipal de Saúde.

Segundo o procurador da República Juliano Gasperin, o vereador buscou contato com um servidor da prefeitura de Foz do Iguaçu, que tinha firmado um acordo de colaboração com a Justiça em processos anteriores. “Imediatamente esse servidor nos procurou e aí passamos a acompanhar todo o processo em uma ação controlada”, disse. Todos os diálogos com o colaborador foram gravados e uma entrega de dinheiro em uma panificadora, ao lado da delegacia da PF de Foz do Iguaçu, chegou a ser acompanhada.

Segundo o procurador, com a colaboração de um segundo servidor da Fundação de Saúde, o vereador conseguiu direcionar licitações, no valor de R$ 20 mil e R$ 75 mil mensais, em benefício da sua clínica particular.

Para Gasperin, existe a suspeita de que os recursos oriundos dos desvios fossem financiar a campanha de Brito a deputado estadual. “Ele falava isso, que precisava de dinheiro para a campanha”.

Também foram presos um assessor político de Brito, uma funcionária de sua clínica médica, o contador do vereador, um servidor da Fundação de Saúde e sua esposa, também servidora da Saúde do município.

Bolsonarista

Vereador de primeiro mandato, Brito só se elegeu porque vereadores presos em casos de corrupção anteriores não tomaram posse por decisão da Justiça. O médico é aliado declarado do presidenciável Jair Bolsonaro no estado e principal nome ligado ao deputado fluminense na cidade. Em vídeo disponível no youtube, o vereador conversa com Bolsonaro e o convida para visitar a cidade. “Os cidadãos de bem da cidade estão ansiosos pela presença do senhor.”

Defesa

O advogado de Brito e dos demais suspeitos, Oswaldo Loureiro, disse que ainda não teve acesso à íntegra da acusação e que não poderia comentar o caso. Ele afirmou, no entanto, que Brito não prestaria depoimento nesta terça-feira.

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