Uma reunião da Executiva Nacional do PT na tarde desta segunda-feira formalizou a mudança da sede nacional do partido de São Paulo para Curitiba. “Vamos fazer essa transferência. O comando político do PT passa a funcionar aqui”, disse a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, presidente nacional da sigla.
De acordo com Gleisi, a mudança vai durar enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanecer preso na capital paranaense. Na reunião, o comando do partido voltou a classificar Lula como um “preso político” e reafirmou a candidatura dele à Presidência em 2018. “Vamos lutar pela candidatura do Lula”, disse a senadora.
A mudança simbólica tem também caráter prático. Com Lula detido na carceragem da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, as reuniões da cúpula do PT têm ocorrido na cidade. A prioridade do partido é sempre ouvir o que o ex-presidente tem a dizer para então fazer suas deliberações.
Gleisi, que mora em Curitiba, foi escolhida por Lula para ser sua porta-voz no PT. Outras lideranças importantes, como o senador Lindbergh Farias (RJ) e os deputados federais Paulo Pimenta (RS) e Patrus Ananias (MG), também estão em Curitiba. A tendência é que outros líderes da legenda venham para a cidade nos próximos dias.
Relação
Em sua nova sede, o PT não tem histórico de grandes vitórias eleitorais. Curitiba nunca elegeu um prefeito petista. O melhor resultado da legenda na cidade ocorreu em 2000, quando o ex-deputado federal Ângelo Vanhoni foi derrotado no segundo turno pelo então candidato do PFL, Cássio Taniguchi. Vanhoni teve 48,25% dos votos válidos contra 51,48% de Taniguchi. A diferença total ficou em 26.000 votos.
Nas últimas eleições à prefeitura, o candidato petista, deputado estadual Tadeu Veneri, fez apenas 4,2% do total de votos. O PT elegeu somente uma vereadora, Professora Josete.
Mesmo o ex-presidente Lula não tem um histórico tão bom na cidade. Ele perdeu seis dos oitos turnos que disputou na cidade. Venceu somente os dois turnos da sua primeira eleição, contra o tucano José Serra, em 2002.