A banda brasileira de heavy-metal, Sepultura, anunciou nesta sexta-feira, 8, que irá se separar e fará uma turnê de despedida no ano que vem, começando em 1º de março, em Belo Horizonte, onde o grupo foi formado, com previsão de durar um ano e meio com shows também na América Latina e Estados Unidos. A turnê vai se chamar Celebrating Life Through Death. A notícia foi dada em uma entrevista coletiva pelo guitarrista Andreas Kisser. “Estamos muito felizes de estar aqui, de estar com meus amigos de banda. É um momento muito feliz para a gente”, disse Kisser. A data do último show da turnê ainda não foi divulgado. As vendas de ingressos começam no dia 11 de dezembro no site da Eventim. “É um privilégio terminar do jeito que estamos terminando”, completou.
Em nota oficial, o grupo afirmou que a banda vai morrer, mas “uma morte consciente e planejada”. “Celebrar acima de tudo o presente, o hoje. Um momento muito especial na nossa rica e vitoriosa carreira. Depois de 40 anos de altos e baixos, 80 países visitados de diferentes culturas, de diferentes visões políticas e religiosas, levando as cores e ritmos brasileiros para o mundo, mostrando um Brasil mais realista e menos caricato, mais pesado e agressivo”, diz o texto.
Durante a entrevista, os integrantes brincaram com o futuro deles. “Disseram que o Eloy vai para Slipknot e eu vou tocar com o Paul McCartney”, brincou Kisser. Outra questão levantada na entrevista é se esse é mesmo uma despedida, tipo o Slayer (que parou de ver) ou tipo Ozzy Osbourne (que fez várias turnês de despedida). “Esse é o momento de celebrar. Não sabemos o que vai acontecer no futuro, eu não sei. Turnês de despedida se tornaram um método, um mercado. Ozzy não consegue subir no palco. Ele quer, mas não consegue. A gente vê isso com jogadores de futebol ou outros trabalhos. Paul McCartney toca por três horas e isso é incrível. O momento é de pensar no agora e vamos pensar no futuro depois”, disse Kisser.
O grupo também irá lançar um álbum ao vivo com 40 faixas gravadas em 40 apresentações diferentes ao redor do mundo. A turnê não contará com a presença dos dois membros fundadores, os irmãos Max e Iggor Cavalera. Fundada em 1984, o único membro original remanescente é o baixista Paulo Xisto. O guitarrista Andreas Kisser entrou logo no começo também, em 1987. A formação final é completada pelo vocalista Derrick Green, desde 1997, e o baterista Eloy Casagrande, desde 2011.
A banda se firmou no cenário internacional como uma das mais bem sucedidas da história, com seu estilo extremo, em que misturavam elementos da cultura brasileira, como berimbau, atabaques e também de tribos indígenas. Ao todo, o grupo vendeu cerca de 20 milhões de cópias de seus álbuns em todo o mundo, com álbuns hoje clássicos como Arise (1991), Chaos A.D. (1993) e Roots (1996).
Confira as datas já anunciadas:
- 1º de março – Belo Horizonte – MG
- 2 de março – Juiz de Fora – MG
- 9 de março – Brasília – DF
- 15 de março – Uberlândia – MG
- 21 de março – Porto Alegre – RS
- 22 de março – Curitiba – PR
- 23 de março – Florianópolis – SC
- 6 de setembro – São Paulo – SP
Leia o comunicado oficial:
“O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planejada.
Nos próximos 18 meses, vamos celebrar 40 anos junto aos nossos fãs em uma tour de despedida que vai passar por todo o planeta.
Celebrar acima de tudo o presente, o hoje. Um momento muito especial na nossa rica e vitoriosa carreira.
Depois de 40 anos de altos e baixos, 80 países visitados de diferentes culturas, de diferentes visões políticas e religiosas, levando as cores e ritmos brasileiros para o mundo, mostrando um Brasil mais realista e menos caricato, mais pesado e agressivo.
Depois de lançar o ‘Quadra’, um dos melhores álbuns da nossa história. Sobreviver a uma indesejável e insana pandemia através da ‘SepulQuarta’, uma experiência maravilhosa que virou um álbum e que nos manteve unidos e fortes seguindo em frente. Depois de mudanças e aprendizados, nós vamos parar.
A tour de 40 anos está sendo gravada e vai virar um disco ao vivo de 40 músicas registradas em 40 cidades diferentes num momento em que estamos com a mais elevada energia no palco. União e conexão total.
Estamos felizes e muito agradecidos com tudo que aconteceu na nossa história, fizemos grandes álbuns e shows, cultivamos amizades, conhecemos nossos ídolos, ajudamos a colocar o metal brasileiro no mapa mundial e, agora, deixamos a cena com o sentimento de dever cumprido.
Temos os melhores fãs do mundo, que nos apoiam com elogios e críticas, que são exigentes e inteligentes, que evoluem junto com a banda, são sempre leais e amam verdadeiramente o Sepultura. Sem vocês nada disso seria possível. Este álbum e esta tour são para a SepulNation, nós amamos vocês!
Eutanásia, o direito a morte digna. Direito de escolha de ser livre quando se nasce e quando se morre!”
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