Anitta marcou presença na cerimônia do Grammy, mas deixou a premiação de mãos abanando apesar da indicação histórica. Selecionada para a categoria de artista revelação, a primeira brasileira no páreo desde Astrud Gilberto, em 1965, ela perdeu a estatueta para a cantora novaiorquina de jazz Samara Joy. Diante da derrota da carioca, brasileiros tumultuaram a postagem de agradecimento de Joy nas redes sociais, tecendo ofensas vergonhosas e comentários desagradáveis sobre sua vitória. Em vez deste mau comportamento, os fãs de Anitta deveriam se deliciar com a música de altíssima qualidade feita por Samara.
Nascida Samara Joy McLendon, a cantora de 23 anos cresceu em uma família musical: seus avós paternos foram os fundadores do grupo gospel The Savettes, e o pai fazia turnês como baixista ao lado do cantor Andraé Crouch. Estudou na Fordham High School for the Arts, e caiu nas graças do jazz quando ganhou uma bolsa como vocalista da SUNY’s Purchase College. Na época, antes mesmo do lançamento de seu primeiro álbum, a diretora de cinema Regina King descreveu Joy como se “Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald vivessem em seu corpo”, fazendo referência a duas gigantes do gênero.
Mas apesar da tradição da família e do calibre de suas credenciais, Samara, como muitos de sua geração, é fruto das redes sociais: a cantora tem presença forte no TikTok e lançou diversas apresentações que se tornaram virais por lá, com milhões de visualizações. Ela também já fez turnês pela Europa e Estados Unidos, incluindo festivais como o prestigioso Monterey Jazz em 2022. A moça tem dois álbuns lançados: Samara Joy (2021) e Linger Awhile (2022), que também levou a estatueta por melhor álbum vocal de jazz.
Confira a apresentação da artista:
https://www.youtube.com/watch?v=KId7H4bvBjE