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Primavera Sound: os erros e acertos da 1ª edição brasileira do festival

Festival de música criado em Barcelona agitou a capital paulista nesse final de semana com line-up repleto de artistas da cena indie

Por Amanda Capuano Atualizado em 28 ago 2023, 11h02 - Publicado em 7 nov 2022, 11h42

Criado em Barcelona em 2001, o Primavera Sound desembarcou em São Paulo no último final de semana para sua primeira edição na capital paulista. Conhecido por reunir nomes importantes na cena indie, o festival agitou o Anhembi até a madrugada de domingo, 6, com shows de Arctic Monkeys, Bjork, Mitski, Phoebe Bridgers, Lorde e uma série de outras atrações de peso que se dividiam entre os cinco palcos do evento. O saldo final foi positivo: o lineup, é claro, foi o ponto alto, entregando aos fãs do gênero shows elaborados e divertidos, mas o evento também acumulou algumas reclamações quanto a sua estrutura. Confira a seguir os erros e acertos:

Árvores no palco

Montado em um estacionamento no Anhembi, o palco Becks, que recebeu o aguardado show do Arctic Monkeys no sábado e de Travis Scott e Charlie XCX no domingo, era cercado por árvores que atrapalhavam a experiência do público. Prevendo o transtorno, o festival espalhou telões pela região, mas até eles tinham a visão comprometida pelos galhos. No show do Arctic Monkeys, fãs chegaram a subir nas árvores para driblar a falta de visão e aproveitar a apresentação.

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Filas na entrada e dificuldade na saída

No primeiro dia, parte do público enfrentou longas filas para retirar a pulseira que dava acesso ao festival. Já no transporte, assim como o Rock In Rio, disponibilizou uma linha especial do metrô até o Anhembi. Eficiente na chegada, o esquema não deu conta da saída do público, que aconteceu na madrugada. Com apresentações indo até às 2h da manhã, horário em que o metrô da cidade não circula, restou às pessoas contarem com ônibus noturnos e com táxis e ubers, que demoravam uma eternidade para chegar devido à alta demanda.

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Frente do palco Becks tomada por árvores que atrapalharam a visão do público (Amanda Capuano/VEJA.com)

Palcos bem distribuídos e diversos

Com um ambiente amplo disponível, os palcos do evento foram bem distribuídos. Embora tenha havido reclamações de que eles fossem longe um do outro, a distância garantiu que o som de um show não interferisse nos demais.  Outro ponto positivo foi a diversidade temática. O Auditório Barcelona, por exemplo, abrigou o público do frio e teve apresentações mais calmas, como a do pianista Amaro Freitas. No palco Bits, a eletrônica dominou o final de semana, enquanto as outras atrações se espalharam pelos demais locais. Com a distância exacerbada entre um e outro, porém, o público teve que correr para aproveitar todas as atrações.

Banheiro unissex e abraço a diversidade

Marcado pela presença massiva da comunidade LGBTQIA+, o festival acertou ao apostar em um banheiro sem definição de gênero. Além dos tradicionais masculino e feminino, o evento contou com o “banheiro para todos”, dando ao público a opção de escolher em qual se sentia mais confortável. O festival também teve um investimento importante em acessibilidade, com destaque para rampas, intérpretes de libras, audiodescrição, áreas adaptadas e uma equipe especializada para auxiliar pessoas com deficiência.

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