Por que o apoio de Taylor Swift e Beyoncé não ajudou Kamala Harris
Candidata democrata foi derrotada por Donald Trump, apesar de ter recebido endosso de celebridades mundiais
Quando Joe Biden ainda era candidato à reeleição para a presidência dos Estados Unidos, o apoio de artistas mega-populares no país era pálido. A situação se inverteu completamente quando a vice-presidente Kamala Harris assumiu a candidatura, galgando esfuziantes manifestações de astros do naipe de Taylor Swift, a cantora mais famosa dos Estados Unidos no momento, ao dizer que Kamala “luta pelos direitos e causas que acredito”. A superestrela Beyoncé foi outra que se jogou na campanha e cantou nos comícios da candidata. Beyoncé disse que o apoiava Kamala “Como uma mãe que se importa profundamente com um mundo onde temos a liberdade de controlar nossos corpos, um mundo onde não estamos divididos.”
Cantores como Bruce Springsteen, Eminem, Katy Perry, Lady Gaga, Ariana Grande e muitos outros também deram declarações pedindo voto na candidata. Como se viu na madrugada desta quarta-feira, 6, quando o resultado da eleição foi sacramentado, o apoio não surtiu efeito. Donald Trump venceu. E não foi por falta de apoio que Kamala perdeu. Eles foram variados e criativos. Até o dicionário Collins, famoso por escolher as palavras do ano, escolheu “Brat” (pirralha) como a palavra de 2024, após a cantora Charli XCX usar a expressão para dizer que Kamala Harris era “brat”. A palavra, título do álbum de Charli, viralizou, gerando uma onda de otimismo em torno da candidatura da democrata.
A pergunta, portanto, é: endossos de artistas de peso como esses ajudam, de fato, a conquistar votos ou, como apontou o jornal The Guardian, ajudam mais os próprios artistas do que o próprio candidato? Segundo uma reportagem da revista The Hollywood Reporter, os apoios não foram eficazes porque todos estavam pregando para convertidos. Os fãs desses cantores já estavam inclinados a votar em Kamala, ou seja, ao se posicionarem a favor da candidata, eles estavam, em última instância, fazendo um aceno também aos seus fãs e melhorando sua própria imagem.
A reportagem do The Guardian, por outro lado, afirma que apoio de artistas pode mobilizar eleitores, mas, no final, eles votam em quem eles quiserem, motivados também por opiniões de familiares ou, mesmo, por problemas comezinhos, sem se preocuparem com o macro. As celebridades, portanto, estariam alheias à vida real. “Beyoncé não está preocupada com o preço da gasolina”, diz uma fonte ouvida pelo jornal.
O apoio, no entanto, continuará sendo buscado pelos políticos. Pesquisas mostraram que após o endosso de Taylor Swift a Kamala Harris, houve um aumento de jovens se registrando para votar. Então, não estranhe se, na próxima eleição, seu artista favorito apoiar algum político. Só não espere que vá funcionar.
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