Leon Bridges lamenta a popularidade da extrema direita na country music
Músico texano voltou ao Brasil para uma apresentação classuda no The Town, com muito soul e R&B
Um dos nomes mais incensados do soul americano, o texano Leon Bridges, de 34 anos, começou sua carreira de maneira pouco convencional. Até assinar seu primeiro contrato com uma gravadora, em 2014, ele trabalhava como lavador de pratos em um restaurante. Em 2015, lançou seu primeiro álbum e em 2018 tocou no Brasil pela primeira vez, abrindo o show de Harry Styles. No último domingo, 3, Bridges foi uma dos destaques do palco The One, no festival The Town, em São Paulo. Antes de se apresentar, Bridges recebeu a reportagem de VEJA em seu camarim para um bate-papo. Na conversa, ele falou de suas raízes musicais e da ascensão de um tipo de country music focado na extrema direita americana. Confira:
Em 2018, você abriu os shows de Harry Styles no Brasil. Que memórias guarda daquele período? Lembro de ter recebido muito amor das pessoas da plateia. Acho que conquistei alguns novos fãs também. Harry Styles poderia escolher qualquer um para abrir os shows dele, e ele me chamou. Sou muito grato. Foi a minha primeira vez no Brasil e tive uma experiência incrível.
Agora você volta ao Brasil para se apresentar em um dos maiores palcos do The Town. O que achou de mostrar a sua música para um público tão heterogêneo? Vejo pessoas de várias idades no meu show. Tem um espectro completo de idade, sempre muito diverso. Acho que as minhas músicas realmente falam para todas as gerações, inclusive os mais jovens. Minha música tem country, folk, R&B, funk.
Antes de começar a carreira como cantor, você trabalhava lavando pratos. A música tem o poder de transformar vidas? A música é algo universal. Ela é um fio condutor que nos une. Meu passado me inspirou a cantar sobre minhas experiências. É realmente uma bênção poder se conectar com as pessoas dessa forma.
Você vem do Texas, um estado com muitos votos da extrema direita. Ao olhar as paradas de sucesso atuais, está no topo um artista country alinhado com esse espectro político. A música está mais politizada e polarizada? É uma pena que haja público para isso. Mas essas pessoas existem. Com a minha música, tento trazer uma lufada de ar fresco e escrever apenas sobre o amor e coisas que espalhem o bem. Tudo com uma boa mensagem e uma boa energia.