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Além dos gramados: relembre a carreira de Pelé na música e no cinema

O Rei do Futebol gravou inúmeros sambas e também estrelou filmes em Hollywood

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 dez 2022, 18h03 - Publicado em 29 dez 2022, 16h33
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  • Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, que morreu aos 82 anos nesta quinta-feira, 29, extrapolou seu talento para além das quatro linhas dos gramados e se aventurou também na música e no cinema. Apesar de não ter tido o mesmo sucesso que nos campos, o Rei do Futebol chegou a compor diversas músicas e estrelou filmes em Hollywood.

    Sua história como cantor remete a 1969, um ano antes da conquista histórica do tricampeonato. Naquele ano, ele cantou duas músicas com Elis Regina, no que ficou conhecido como Tabelinha Elis e Pelé, com as canções Perdão Não Tem Vez e Vexamão. Ícone do esporte, nos anos seguinte o jogador atraiu a atenção de praticamente todos os grandes cantores brasileiros, chegando a gravar também com Jair Rodrigues, Sérgio Mendes e Roberto Carlos.

    Uma de suas primeiras composições foi Meu Mundo É Uma Bola, de 1977, que com os arranjos de Sergio Mendes se transformou em um gostoso e descompromissado sambinha, onde o jogador chega, inclusive, a tocar violão. Neste mesmo ano, Pelé participou do especial de fim de ano de Roberto Carlos e cantou a mesma música com ele. Outra dobradinha que também fez bastante sucesso ocorreu em 1981, com Jair Rodrigues. Na época, os dois gravaram a música Cidade Grande, de autoria do jogador.

    Em entrevista a VEJA, em 2021, Sérgio Mendes relembrou da gravação que fez com Pelé. “Meu encontro com o Pelé é muito bonito. Ele é uma figura fantástica. A música dele tem aquela inocência que é a cara dele. No meu coração, foi uma maravilha ter cantando e ser amigo dele”, disse Mendes.

    Sérgio Mendes, Pelé e Elton John -
    Sérgio Mendes, Pelé e Elton John – (//Reprodução)
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    A música mais lembrada da carreira do músico, no entanto, não falava de futebol. Trata-se de ABC do Bicho Papão, gravada pelo grupo Trem da Alegria em 1985. Em 1999 ela foi resgatada pelo Ministério da Educação e tocou incessantemente nas rádios e na TV em uma campanha publicitária. Uma das últimas gravações de Pelé foi Esperança, feita para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

    Segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), o ex-jogador de futebol tem 34 obras musicais e 15 gravações cadastradas no banco de dados da instituição. As músicas mais regravadas foram ABC do Bicho Papão, Pelé Agradece e Cidade Grande. Nos últimos seis anos, Pelé teve mais de 85% de seus rendimentos em direitos autorais provenientes dos segmentos de Rádio e TVs. Seus herdeiros continuarão a receber os rendimentos por 70 anos após sua morte, como determina a lei do direito autoral (9.610/98).

    Pelé também ficou conhecido por suas participações no cinema, com quase duas dezenas de participações em filmes. Um dos mais lembrados é Fuga Para a Vitória (1982), quando ele contracenou com Sylvester Stallone e Michael Caine. O filme conta a história de prisioneiros em um campo nazista durante a II Guerra Mundial. No Brasil, o filme mais lembrado de Pelé é Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986), em que ele fez várias esquetes humorísticas com a turma de Didi Mocó.

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