No dia 3 de setembro, um anúncio nas redes sociais de Wesley Safadão pegou seus seguidores de surpresa. Sem detalhar a razão, o comunicado anunciava uma pausa na agenda do cantor por tempo indeterminado. “O artista apresentou problemas de saúde e terá que se afastar dos palcos por orientação médica.” Não demorou, porém, para que o diagnóstico viesse à tona: o cantor cearense sofre de transtorno de ansiedade.
No domingo, 10, em entrevista ao Fantástico, Safadão detalhou sua experiência. “Estava a caminho de um show em Minas e eu comecei a passar mal dentro do carro. Começou a faltar ar, eu queria respirar e não conseguia. ‘Eu quero ir para o hospital, acho que eu estou morrendo’. Eu não sentia meus dedos”, disse ele sobre o episódio. “Eu não queria acreditar que eu estava com crise de ansiedade. Então, assim, eu era uma bomba relógio que estava me estressando facilmente por coisas poucas.”
Como listou o programa, o transtorno de ansiedade acomete cerca de 19 milhões de brasileiros, fazendo do país, segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), a nação mais ansiosa do mundo. O preconceito, porém, ainda faz com que muitas pessoas não busquem ajuda – especialmente homens. Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Saúde Mental americano, homens são menos propensos a receber diagnósticos de transtornos mentais pelo simples fato de que eles buscam menos ajuda que as mulheres.
Assim, o desabafo de Wesley Safadão ganha um peso extra como um serviço de utilidade pública. Popular em diversas camadas da sociedade, o cantor de 35 anos deve ajudar a desmistificar tabus em torno da saúde mental masculina. Safadão, vale ressaltar, está sendo acompanhado por um psicoterapeuta e por um psiquiatra, e também está sendo medicado.