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Supremo Espetáculo

Logo presos e condenados, antigos e futuros, reais ou potenciais, reagiram.

Por Elton Simões
Atualizado em 2 abr 2018, 14h45 - Publicado em 2 abr 2018, 14h00
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  • De fato, nunca houve mesmo razão para esperar o melhor. A gente é que foi persistente. E, ao longo de séculos, foi se acostumando a abraçar qualquer fiapo de esperança. Talvez existisse alguma redenção depois de tanto sacrifício. A gente sempre quis. Ou melhor, torceu.

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    Era luz fraca, mas a vontade de acreditar era grande. E ajudou muito ver algemas decorando os pulsos inesperados de gente que, embora conhecida, caminhava em direção a cadeia sempre tentando, inutilmente, cobrir o rosto.

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    As mudanças, a muito desejadas, vinham aplaudidas e apoiadas por uma população sedenta de mudança. Sob o abano de folhas de palmeira, a esperança de controlar o caos e combater a corrupção entrava triunfante, saudada que foi pelo povo, no ex país do futebol.

    Foi bonita a festa. Mas não durou. Logo presos e condenados, antigos e futuros, reais ou potenciais, reagiram. Sequestraram as expectativas. E encarceraram a ideia de que tudo poderia mudar. Ou pelo menos melhorar um pouco. e assim foi.

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    Não houve arrependimento. Somente pagamentos em moeda, de prata, ouro, ou em nossos tempos, em todo tipo de transação, eletrônica ou não. Foi época de vários Judas. Alguns ajudaram a justiça traindo companheiros. A maioria, simplesmente traiu a nação. E a todos seus cidadãos.

    O Brasil tem Judas de todas as espécies. Nenhum arrependido. O remorso não os aflige. Em pais que nunca fez questão de fazer sentido, é quase obrigatório que Judas não se arrependa ou não seja malhado. Nem passe muito tempo na cadeia.

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    O calvário da esperança tropical tem de tudo. Na busca da mudança, a gente esta conhecendo o rosto feio que emerge da degradação das instituições, que, com toda franqueza, nunca funcionaram lá muito bem. Alguns juízes lavam as mãos. Outros as sujam. Nenhum julga.

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    A esperança chegou em gloria, viveu efêmera, passou pelo calvário de um sistema judicial farsesco, e talvez, brevemente, alcance a gloria da crucificação em mais um supremo e deprimente espetáculo.

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    Talvez não houvessem mesmo razões para esperar mais. O erro talvez tenha sido acreditar. Em nação sem justiça, bons juízes sempre faltam.

    Elton Simões mora no Canadá. É President and Chair of the Board do ADR Institute of BC; e Board Director no ADR Institute of Canada. É árbitro, mediador e diretor não-executivo, formado em direito e administração de empresas, com MBA no INSEAD e Mestrado em Resolução de Conflitos na University of Victoria. E-mail: esimoes@uvic.ca .

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