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Pandemia e pandemônio (por Ruy Fabiano)

Bolsonaro, por sua vez, como se não bastasse o bombardeio implacável dos adversários, atirou no próprio pé

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 30 jul 2020, 19h02 - Publicado em 4 abr 2020, 12h00
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  • A politização da crise decorrente da pandemia do corona vírus submete o presidente Bolsonaro a um dos mais intensos e implacáveis bombardeios desde sua posse.

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    Questiona-se inclusive se resistirá.

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    O conjunto dos seus adversários – esquerda, Centrão (incluindo governadores como João Dória e Wilson Witzel) e mídia mainstream (à frente a Rede Globo) – conjuga-se para levá-lo ao estresse máximo e, em algum momento, à renúncia de seu mandato.

    Nada disso é propriamente novo, a não ser pelo fato de que ocorre em meio a uma crise de proporções mundiais, cujo desfecho é ainda ignorado, e que exige do governo pronta resposta a desafios que não estavam previstos e que precisam ser respondidos com urgência.

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    Há mobilização gigantesca de recursos para atender os segmentos mais vulneráveis da população, mas a logística da distribuição é complexa e ainda está sendo estudada.

    Em tal quadro, a colaboração dos governadores e prefeitos e dos poderes da República, sem falar da própria mídia, é essencial.

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    Mas não está havendo. Pelo contrário, instalou-se um ambiente de desafio à autoridade do presidente da República, capitaneada pelo governador de São Paulo, João Dória, e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Põem em risco a unidade federativa e estimulam prefeitos e demais governadores a agir da mesma forma.

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    Dória, que se elegeu insultando Lula e elogiando Bolsonaro, inverteu esta semana o script: trocou amabilidades com Lula (a quem já chamou de criminoso, presidiário etc.) para juntos investirem contra o presidente. Lula considerou a conduta de Dória exemplar.

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    Nesse clima de vale-tudo, um deputado petista, Reginaldo Lopes (MG), encaminhou notícia-crime ao STF, pedindo a deposição do presidente da República, sob a alegação de que “ele não está à altura do cargo” e estaria na contramão das orientações da Organização Mundial de Saúde.

    Como a OMS já mudou de opinião algumas vezes em relação ao combate ao vírus, não se sabe em que ponto Bolsonaro a contrariou.

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    Esta semana mesmo, o diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recomendou, na mesma linha de Bolsonaro, o isolamento vertical e a volta gradativa ao trabalho dos grupos fora da faixa de risco; no dia seguinte recuou. Medicina ou política?

    Tedros não é médico; é um político etíope, que chegou ao comando da OMS graças ao apoio do Partido Comunista Chinês. Sua cartilha não é médica: é política. Nisso, coincide com os governadores de São Paulo e do Rio. Não há ainda sinais quanto ao desfecho da crise política em curso. As Forças Armadas mantêm-se em silêncio.

    Com relação à notícia-crime, ainda que infundada, foi recebida pelo ministro Marco Aurélio, no STF, como normalíssima.

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    Remeteu-a ao Ministério Público, onde foi sumariamente arquivada pelo procurador-geral Augusto Aras, sob o argumento de que “não há embasamento jurídico que endosse o pedido de afastamento ou até mesmo uma possível perda de mandato do presidente”.

    Marco Aurélio, como é óbvio, sabe disso, mas optou por dar sua contribuição ao desgaste presidencial, mantendo o tema no ar por alguns dias. Bolsonaro, por sua vez, como se não bastasse o bombardeio implacável dos adversários, atirou no próprio pé ao criticar de público o seu ministro da Saúde, Luiz Mandetta, por divergências em relação ao combate à pandemia.

    O que deveria ter sido resolvido internamente, não o foi, pondo em risco a permanência do ministro no cargo. Uma demissão a esta altura (e nessa área) torna a pandemia um pandemônio político.

     

    Ruy é jornalista 

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