Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Pandemia e pandemônio (por Ruy Fabiano)

Bolsonaro, por sua vez, como se não bastasse o bombardeio implacável dos adversários, atirou no próprio pé

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 30 jul 2020, 19h02 - Publicado em 4 abr 2020, 12h00

A politização da crise decorrente da pandemia do corona vírus submete o presidente Bolsonaro a um dos mais intensos e implacáveis bombardeios desde sua posse.

Questiona-se inclusive se resistirá.

O conjunto dos seus adversários – esquerda, Centrão (incluindo governadores como João Dória e Wilson Witzel) e mídia mainstream (à frente a Rede Globo) – conjuga-se para levá-lo ao estresse máximo e, em algum momento, à renúncia de seu mandato.

Nada disso é propriamente novo, a não ser pelo fato de que ocorre em meio a uma crise de proporções mundiais, cujo desfecho é ainda ignorado, e que exige do governo pronta resposta a desafios que não estavam previstos e que precisam ser respondidos com urgência.

Há mobilização gigantesca de recursos para atender os segmentos mais vulneráveis da população, mas a logística da distribuição é complexa e ainda está sendo estudada.

Em tal quadro, a colaboração dos governadores e prefeitos e dos poderes da República, sem falar da própria mídia, é essencial.

Mas não está havendo. Pelo contrário, instalou-se um ambiente de desafio à autoridade do presidente da República, capitaneada pelo governador de São Paulo, João Dória, e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Põem em risco a unidade federativa e estimulam prefeitos e demais governadores a agir da mesma forma.

Continua após a publicidade

Dória, que se elegeu insultando Lula e elogiando Bolsonaro, inverteu esta semana o script: trocou amabilidades com Lula (a quem já chamou de criminoso, presidiário etc.) para juntos investirem contra o presidente. Lula considerou a conduta de Dória exemplar.

Nesse clima de vale-tudo, um deputado petista, Reginaldo Lopes (MG), encaminhou notícia-crime ao STF, pedindo a deposição do presidente da República, sob a alegação de que “ele não está à altura do cargo” e estaria na contramão das orientações da Organização Mundial de Saúde.

Como a OMS já mudou de opinião algumas vezes em relação ao combate ao vírus, não se sabe em que ponto Bolsonaro a contrariou.

Esta semana mesmo, o diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recomendou, na mesma linha de Bolsonaro, o isolamento vertical e a volta gradativa ao trabalho dos grupos fora da faixa de risco; no dia seguinte recuou. Medicina ou política?

Tedros não é médico; é um político etíope, que chegou ao comando da OMS graças ao apoio do Partido Comunista Chinês. Sua cartilha não é médica: é política. Nisso, coincide com os governadores de São Paulo e do Rio. Não há ainda sinais quanto ao desfecho da crise política em curso. As Forças Armadas mantêm-se em silêncio.

Com relação à notícia-crime, ainda que infundada, foi recebida pelo ministro Marco Aurélio, no STF, como normalíssima.

Continua após a publicidade

Remeteu-a ao Ministério Público, onde foi sumariamente arquivada pelo procurador-geral Augusto Aras, sob o argumento de que “não há embasamento jurídico que endosse o pedido de afastamento ou até mesmo uma possível perda de mandato do presidente”.

Marco Aurélio, como é óbvio, sabe disso, mas optou por dar sua contribuição ao desgaste presidencial, mantendo o tema no ar por alguns dias. Bolsonaro, por sua vez, como se não bastasse o bombardeio implacável dos adversários, atirou no próprio pé ao criticar de público o seu ministro da Saúde, Luiz Mandetta, por divergências em relação ao combate à pandemia.

O que deveria ter sido resolvido internamente, não o foi, pondo em risco a permanência do ministro no cargo. Uma demissão a esta altura (e nessa área) torna a pandemia um pandemônio político.

 

Ruy é jornalista 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.