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O temor a Bolsonaro o fortalece

Embora há três décadas no Congresso, Bolsonaro tornou-se corpo estranho ao ambiente que frequentou (e frequenta)

Por Ruy Fabiano
Atualizado em 18 ago 2018, 10h00 - Publicado em 18 ago 2018, 10h00
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  • O que une todos os presidenciáveis, sem exceção, é a constatação de que não há como vencer a guerra eleitoral sem malhar – e muito – o chamado establishment político.

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    Todos são contra a velha política, manchada de corrupção e ineficiência, mas todos dela emergiram – e todos, afinal, nela estão.

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    São o seu retrato pronto e acabado.

    Três deles – Henrique Meireles (PMDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e o nome que vier a representar o PT – a simbolizam com maior nitidez, por pertencerem aos partidos que governaram ao longo das três últimas décadas, na sequência dos governos militares.

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    Mas há também os partidos coadjuvantes, que participaram de todos esses governos, movidos pela fisiologia, que moldou um ecossistema predatório, que, para além do discurso ideológico, unificou o padrão moral de governança e levou o país à falência.

    Nem todos, porém, são percebidos como parte da velha política. É o caso de Jair Bolsonaro, que, embora há três décadas no Congresso, tornou-se corpo estranho ao ambiente que frequentou (e frequenta), malhado em uníssono por todos os concorrentes.

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    Essa rejeição geral, visível no tratamento agressivo e diferenciado que lhe dá a mídia, acentua a percepção de que, se ele não é o novo, é ao menos o fator de ruptura, desejado por amplos segmentos da população, ainda que ela própria não saiba aonde isso a levará. O capital eleitoral de Bolsonaro é a rejeição que provoca no establishment – do qual a mídia faz parte. Por isso, como massa de bolo, quanto mais apanha, mais cresce.

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    De um lado, ele simboliza o fim de um ciclo e atrai quem isso deseja (e não são poucos); de outro, representa a hipótese de retorno ao ciclo militar, que a falência do poder civil fez ressurgir no imaginário de razoável parcela da população.

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    A ideia de todos contra Bolsonaro, que o ex-presidente Fernando Henrique verbalizou esta semana, ao propor ao PT e à esquerda em geral um pacto de união no segundo turno, pode ser uma faca de dois gumes. No momento em que a própria política sofre de rejeição em massa, elegê-la como instrumento de demolição de uma candidatura, provoca efeitos que podem sair pela culatra.

    Se aqueles que a população identifica como responsáveis pela derrocada do país elegem um inimigo comum, esse personagem tende a ser visto como o antídoto para os males presentes. Por essa via, acabarão por garantir o contrário do que pretendem.

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    Ruy Fabiano é jornalista 

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