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O bagre de Bolsonaro

Questões ambientais pouco frequentaram o programa de Bolsonaro

Por Mary Zaidan
Atualizado em 30 jul 2020, 20h06 - Publicado em 9 dez 2018, 08h00
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  • Jair Bolsonaro, presidente da República eleito, conversa com jornalista em frente ao Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), sede da equipe do governo de transição - 04/12/2018 (Adriano Machado/Reuters)

    Com um time eclético que contentou muitos e desagradou outros tantos em proporções quase idênticas, Jair Bolsonaro chega à sua diplomação como presidente nesta segunda-feira, 10, com quase toda a equipe escalada. Resta apontar alguém para o Ministério do Meio-Ambiente, mais uma área em que o ex-capitão e boa parte dos seus tateiam com viseiras ideológicas.

    Questões ambientais pouco frequentaram o programa de Bolsonaro, limitado a generalidades sobre a maior parte dos temas. O discurso do eleito também não foi muito além.

    Sabe-se que ele desconfia do aquecimento global, unindo-se aos negacionistas climáticos, uma minoria de menos de 1% dos climatologistas, mas que ganhou força com a adesão de Donald Trump, de quem Bolsonaro é fã confesso. E não questionou as teses do futuro ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para quem o combate à mudança climática é “perversão da esquerda”, marxismo puro.

    Por ignorância ou má fé, Bolsonaro confunde a proposta do Triplo A – corredor ecológico que ligaria os Andes ao Atlântico – com o Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário e poderá deixar de sê-lo, alinhando-se com a ruptura unilateral feita pelos Estados Unidos de Trump. Motivo para que o eleito pedisse ao presidente Michel Temer que cancelasse o compromisso do Brasil de sediar a COP-25. Um vexame internacional.

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    Bolsonaro quer ainda acabar com “a farra das multas dadas pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes” e a “mamata” das ONGs. Para a Amazônia, diz que fará, sem dizer como, preservação e exploração econômica, adiantando o apoio à construção de novas usinas hidrelétricas na região. E pretende acelerar o licenciamento ambiental, que seria um impeditivo para o desenvolvimento regional e nacional.

    Nisso, o pensamento de Bolsonaro não se difere do de Lula. O ex fez de tudo para agilizar o licenciamento ambiental para construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que não obtiveram aval do Ibama devido à necessidade de preservação da saúde do Rio Madeira e das populações ribeirinhas. Lula esperneou, esbravejou, pressionou: “Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso?”

    As usinas do complexo Madeira foram erguidas com licenças provisórias. A interferência direta de Lula azedou de vez as relações com a então ministra Marina Silva, que pouco depois se demitiu. À época, ainda não tinham vindo à tona as transações nada republicanas do ex com as empreiteiras Camargo Corrêa e Odebrecht, metidas nas obras. Tudo parecia apenas desavenças entre desenvolvimentistas e ambientalistas.

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    O caminho do ilícito não parece ser o de Bolsonaro, mas ele comete o mesmo erro de Lula ao prometer hidrelétricas antecipando-se às análises e julgamento de técnicos ambientais. E o faz partindo da premissa de que preservação, cuidados com os biomas, sustentabilidade, controles climáticos e de poluição integram a pauta progressista. Coisa da esquerda, corrente do diabo que ele prometeu derrubar.

    Com uma estrutura de 22 ministérios, sete a mais do que anunciou durante a campanha, Bolsonaro admitiu que está difícil encontrar alguém que comungue de suas ideias para o meio-ambiente. O bagre do futuro presidente é ideológico.

    Mary Zaidan é jornalista. E-mail: zaidanmary@gmail.com Twitter: @maryzaidan

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