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Governo em autocombustão

O capitão preferiu desprezar a política e dedicou-se a embates ideológicos

Por Mary Zaidan
Atualizado em 30 jul 2020, 19h44 - Publicado em 12 Maio 2019, 10h00
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  • Uma pilha de fogos de artifício estoura durante as comemorações de ano novo hindu do festival Diwali, em Mumbai, na Índia - 07/11/2018 (Danish Siddiqui/Reuters)

    Em um texto publicado no Twitter na última quinta-feira, o vereador Carlos Bolsonaro convoca a população para, “respeitosamente”, acordar. Com seu usual português ruim, o filho 02 alerta: “As coisas estão todas invertidas e muitos ainda não percebem! O problema não é de governo, é de nação! Mesmo que me custe algo maior, não me preocupa meu futuro político, mas com o que muitos estão caindo e o amanhã livre pode não existir.” No dia seguinte, não menos enigmático, o pai presidente diz que poderá enfrentar um tsunami nesta semana.

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    Ainda que nem o pai nem o filho tenham explicado a quais problemas catastróficos se referiam, a capacidade da primeira família para armar bombas de efeito imediato, esquentar e derramar gasolina em disputas prejudiciais a eles e ao país deve fazê-los temer pela autocombustão. Algo que vem queimando cotidiana e aceleradamente a aprovação do presidente.

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    Na última rodada da pesquisa XP Investimentos, a avaliação negativa do governo chegou a 31% ante 26% aferidos em abril. Ainda que bom e ótimo tenham se mantido em 35%, a nota do presidente caiu de 6,5 para 5,7. Números nada animadores para quem tem apenas quatro meses e meio de mandato.

    Bolsonaro chegou ao Planalto com 57,7 milhões de votos, aval gigantesco para fazer e acontecer. Mas jogou fora a lua de mel que o detentor de tamanho cacife eleitoral pode usufruir e entregou muito pouco ou quase nada até agora.

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    Não teve apetite para defender a reforma da Previdência, praticamente abandonando à própria sorte o seu ministro da Economia, Paulo Guedes. E, propositadamente ou não, rifa o ex-juiz Sérgio Moro, apagando as luzes de quem chegou ao governo como estrela de primeira grandeza, mas, até então, só colheu derrotas.

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    O capitão preferiu desprezar a política, dedicando-se a embates ideológicos, bate-bocas internos e saracuticos de sua turma, sob o condão do guru da Virgínia, cuja única contribuição foi a de rebaixar o nível da linguagem para calões em geral impronunciáveis.

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    O filho Carluxo adota linha parecida. Mas, ironicamente, tem alguma razão quando diz que “as coisas estão invertidas”.

    Não há dúvida do avesso quando o governo tem um ministro da Educação que despreza Filosofia, Sociologia e pesquisas em níveis de pós-graduação e doutorado, outro de Meio-Ambiente que advoga o fim de reservas ecológicas. De fato, tudo invertido. Uma ministra da Mulher que concorda e prega a “concepção cristã” da submissão da mulher ao homem, ou de um chanceler que quer derrotar o “marxismo cultural”.

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    O cidadão até perdoa os tropeços iniciais ditados pela inexperiência, mas já passa da hora de o presidente abandonar a presunção de que pode governar só para os seus e apenas com a força de sua caneta Bic – a mesma que exibiu ao assinar o decreto que libera armas e munições, contestado na Câmara, no Senado e na Justiça.

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    Soberba dessa natureza – e os tempos da presidente cassada Dilma Rousseff são prova disso – custa caríssimo ao país. Nela reside o verdadeiro tsunami.

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    Mary Zaidan é jornalista 

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