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Foi bonita a festa (por Mirian Guaraciaba)

Chile e Bolivia mandaram recado claro aos vizinhos que mergulham na política obscurantista e atrasada

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 18 nov 2020, 19h46 - Publicado em 27 out 2020, 13h00
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  • Vista aérea de manifestação na Praça Itália, Santiago. 18/10/2020 (Martin Bernetti/AFP)

    Na última sexta-feira, milhões de bolivianos brindaram nas ruas o novo presidente Luis Arce Catacora, escolhido democraticamente por 56% de seu eleitorado. Por Arce, nossos vizinhos homenagearam Juan Evo Morales Ayma, ex-presidente que volta vitorioso ao seu país, depois de exílio forçado por golpe politico, há um ano.

    No Chile, nesse domingo, outro feito histórico: milhões de pessoas comemoraram o fim da Constituição vigente, herança do violento regime militar chileno. Em plebiscito, com fortíssima participação popular, foi aprovada ainda a “Convenção Constitucional”, composta por membros que serão eleitos exclusivamente para redigir a nova Carta Magna do País.

    Evo Morales terá na Bolivia a recepção que merece. A injustiça contra ele foi respondida nas urnas. Nessa segunda, o Tribunal Departamental de Justiça de La Paz reconheceu que não foram apuradas devidamente as denúncias feitas contra o ex-presidente – rebeldia contra o Estado e a ordem constitucional, e terrorismo. Foram devolvidos seus direitos políticos.

    Catacora foi ministro da Economia de Evo. Teve o ex-presidente como coordenador de sua campanha. Derrotou Carlos Mesa, representante da direita boliviana. Mesa teve 31% dos votos na eleição de 19 de outubro. De Evo Morales, o novo presidente vai herdar um país melhor, com boa receita de petróleo, aumento de poder de compra de 17% para 41%, estradas importantes construídas e investimentos de mais de US$ 500 milhões.

    Chile e Bolivia mandaram recado claro aos vizinhos que mergulham na política obscurantista e atrasada. Vide o Brasil. O primeiro presidente socialista do Chile, depois do golpe militar (entre 2000 e 2006), Ricardo Lagos, 82 anos, lembra que alguns chefes de estado chegaram a cogitar a Constituição chilena como exemplo para seus países. Bolsonaro entre eles, claramente.

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    Veia antidemocrática por natureza, o Capitão faz questão de retroceder, andar para trás. Sem limites. Sem pruridos.

    Na cultura, na preservação do meio-ambiente, na educação, na área social. Há poucos dias, bateu seu próprio recorde: recuou mais de 30 anos na política dos direitos das pessoas com deficiência. Quer exclui-los das escolas regulares.

    A medida viola a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assinada por 160 países, em 2007, incluindo o Brasil. Quer mais? Fere o Decreto 6.949 de agosto de 2009, que deu à Convenção força de lei. E passa por cima da Lei de Brasileira de Inclusão.

    O Brasil vai na contramão dos vizinhos.

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    E pode entrar em colisão com os Estados Unidos, se Joe Biden vencer. Isso será muito bom. Significará a derrota do ominoso Trump. A oito dias das eleições americanas, sonhar (e torcer) não custa. Por enquanto, vamos curtindo uma (boa) inveja dos nossos hermanos. Bolivianos e chilenos.

     

    Mirian Guaraciaba é jornalista

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