É difícil agradar ao presidente Jair Bolsonaro. Por mais que tenha se esforçado para isso, o ministro Sérgio Moro, da Justiça, não conseguiu completamente ao longo de uma hora e meia de entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Bolsonaro não gostou dos comentários de Moro em relação a três assuntos, pelo menos: juiz de garantias, a demissão do filonazista Roberto Alvim da Secretaria de Cultura e o combate à corrupção.
Moro criticou a criação da figura do juiz de garantias, destinado a conduzir processos criminais, cabendo a um segundo juiz apenas sentenciar o réu. Bolsonaro sancionou o que o Congresso aprovara.
O ministro disse ter dado sua opinião a Bolsonaro sobre o episódio protagonizado por Alvim, que plagiou parte de um discurso do mago da propaganda nazista, o alemão Joseph Goebbels.
E acrescentou ainda que aprovou a decisão do presidente de demiti-lo porque a situação de Alvim se tornara “insustentável”. Bolsonaro achou que Moro foi muito além dos seus chinelos.
Ministro existe para auxiliar e aconselhar presidente. Não para julgar suas decisões, segundo Bolsonaro. Muito menos para revelar mais tarde que o aconselhou nessa ou naquela direção.
Por último, a corrupção. Nas respostas dadas, Moro teria se se colocado como o elemento central do combate à corrupção, diminuindo o papel do governo e do próprio Bolsonaro.