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Azar de Wolfowitz (Ou: Por aqui não seria pecado)

Memórias do blog

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 16 abr 2018, 12h00 - Publicado em 16 abr 2018, 12h00

Texto do dia 16/04/2007 

A mistura do público com o privado pode subtrair do todo-poderoso Paul Wolfowitz a presidência do Banco Mundial e um salário mensal de US$ 35 mil. Que grave pecado ele cometeu? Nenhum que por estas bandas merecesse o nome de pecado. Wolfowitz simplesmente deu uma forcinha para que sua namorada Shaha Riza ganhasse alguns trocados a mais.

Shaha era funcionária qualificada do Banco Mundial. Foi transferida para o Departamento de Estado em setembro de 2005 pouco depois de Wolfowitz assumir a presidência do banco. Por obra e graça do namorado, ao trocar de emprego ela ganhou um aumento de 40% – míseros US$ 61 mil. Seu salário anual passou então para US$ 193.590 – superior ao da secretária de Estado Condoleezza Rice, que ganha US$ 183.500.

O mundo desabou na cabeça de Wolfowitz assim que o caso foi descoberto, há pouco tempo. Os funcionários do banco exigem a demissão dele. E no último fim de semana não se falou de outra coisa durante a reunião do Fundo Monetário Internacional em Washington. O Banco Mundial é “uma instituição cuja administração e cuja ética devem ser impecáveis”, declarou o ministro das Finanças da França, Thierry Breton.

Oito dos 27 governadores eleitos por aqui no ano passado tomaram posse em janeiro nomeando parentes para cargos estratégicos. A governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) foi além da conta: empregou sua cabeleireira e a esteticista responsável por sua boa forma. Faz 11 anos que tramita na Câmara dos Deputados um projeto que acaba com o nepotismo em todos os poderes da República. Mas para que tenha chance de virar lei, será abrandado.

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Para cargos em comissão ou de confiança, o projeto proíbe a contratação, temporária ou não, de parentes de autoridades até o quarto grau – de filhos, pais e irmãos a sogros, genros e enteados. Alguns desses serão poupados na nova versão do projeto. Dela deverá sumir a proibição da contratação temporária. E também o artigo que estabelece uma espécie de quarentena para que parentes de autoridades ingressem no serviço público.

Sosseguem, porém, os mais aflitos: amantes e namorados escaparão ilesos porque não são considerados parentes. No caso, azar de Wolfowitz que foi nascer no país errado. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, por exemplo, teve a sorte de nascer no país certo, capaz de tolerar que homens públicos submetidos a extenuantes jornadas de trabalho possam relaxar no aconchego de mansões discretas e sob o cuidado de mãos macias.

Sempre tão racional, o azar de Palocci foi ter deixado duas vezes de pensar com a cabeça – a primeira ao decidir freqüentar uma mansão onde também rolavam negócios suspeitos promovidos por ex-assessores dele; a segunda ao se valer da máquina do Estado para esmagar o caseiro que o dedurou. Ali, o PT perdeu seu melhor candidato à sucessão de Lula. E Lula ganhou o direito de sonhar com o terceiro mandato.

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