Assine VEJA por R$2,00/semana
Noblat Por Coluna O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

A arte de perder

O judiciário brasileiro é hoje fonte de insegurança jurídica. Ironia suprema.

Por Elton Simões
Atualizado em 2 jul 2018, 10h00 - Publicado em 2 jul 2018, 10h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Longe de querer chover na festa. Se o Brasil ganhar, também comemoro. Mesmo estando perto do Polo Norte. Sempre melhor ser alegre que ser triste. Mas sem olhar os problemas, a gente não faz samba e muito menos constrói uma nação.

    Publicidade

    Mas tudo somado e subtraído, a gente continua na mesma. Montado em bovino em macha batida adentrando o pantanal enquanto comemora superioridade imaginária. Enquanto a gente olha o jogo, a caravana passa e a o futuro, imediato ou não, fica cada vez mais nublado.

    Publicidade

    Vale a pena prestar um pouco mais de atenção no que se passa. Ficar de olho na bola que importa. Perder jogo de futebol não é nenhum mistério. Tantas coisas acontecem que o acidente de que perder jogo não é nada sério.

    Mas na vida, se não prestar atenção, a gente perde um pouquinho a cada dia. Não podemos ficar aceitando todas essas perdas, injurias, injustiça e as horas gastas bestamente. Devagar, devagar, a gente transforma um país que nunca teve justiça, em uma justiça que sequer enxerga o país.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Perdemos o caminho. Todo em qualquer sistema judiciário é baseado na ideia de que as leis são conhecidas e inteligíveis; e que os juízes a interpretarão de maneira consistente e rápida. Alguém pode hoje em dia entender as decisões do judiciário?

    Difícil ignorar a inversão. O judiciário brasileiro é hoje fonte de insegurança jurídica. Ironia suprema. Com as possíveis exceções das birutas nos aeroportos e dos resultados da Copa de 2018, as decisões do judiciário brasileiro são as coisas mais imprevisíveis nos dias de hoje. Ninguém entende como e porque variam. Mas qualquer um vê que, por trás da retorica rebuscada que usa palavras para esconder pensamentos e interesses, existe um judiciário que se é que um dia foi, certamente já não é mais instrumento de estabilidade.

    Publicidade

    E enquanto a gente se distrai com bola pingando no campo, vai perdendo fora dele. Lenta e certamente. Refinando dia a dia, hora a hora, nossa habilidade de tolerar a derrota. Aprendendo a nociva arte de perder.

    Continua após a publicidade

    Aprender a perder é fácil. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério. Ainda que seja muito sério.

    Publicidade

    PS: Escrito antes do jogo do Brasil. Que o Brasil ganhe a Copa. A gente merece alguma felicidade. Mas se não ganhar, existem outras coisas mais importantes e certamente urgentes para a gente se ocupar.

    Elton Simões mora no Canadá. É President and Chair of the Board do ADR Institute of BC; e Board Director no ADR Institute of Canada. É árbitro, mediador e diretor não-executivo, formado em direito e administração de empresas, com MBA no INSEAD e Mestrado em Resolução de Conflitos na University of Victoria. E-mail: esimoes@uvic.ca . 

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.