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Puxada pelo auxílio emergencial, popularidade de Bolsonaro bate recorde

Aprovação de Bolsonaro é inferior apenas ao governo Dilma

Por Murillo Aragão, Murillo de Aragão 14 ago 2020, 11h28
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  • A nova pesquisa Datafolha, realizada por telefone de 11 a 13 de agosto e publicada hoje (14), aponta que a popularidade (ótimo/bom) do presidente Jair Bolsonaro atingiu seu patamar recorde desde que ele assumiu o Palácio do Planalto. A avaliação negativa (ruim/péssimo), por sua vez, registrou uma expressiva queda, chegando ao seu índice mais baixo (ver tabela abaixo).

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    AVALIAÇÃO DO GOVERNO

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    PESQUISAS Ótimo/Bom (%) Regular (%) Ruim/Péssimo (%)
    Agosto/2019 29 30 38
    Dezembro/2019 30 32 36
    Abril/2020 33 26 38
    Maio/2020 33 22 43
    Junho/2020 32 23 44
    Agosto/2020 37 27 34

       *Fonte: Datafolha

    Este resultado pode ser atribuído aos seguintes aspectos:

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    O impacto positivo do auxílio emergencial sobre a popularidade de Jair Bolsonaro pode ser visto nos seguintes números: a solicitação do benefício chega a 40% na população brasileira. Alcança 75% entre desempregados que procuram emprego, 71% entre assalariados sem registro e 61% entre autônomos e profissionais liberais. De acordo com o Datafolha, entre os que hoje estão sem ocupação, a reprovação caiu nove pontos e o apoio subiu doze.

    Chama atenção que o crescimento da popularidade de Bolsonaro ocorre em meio a um cenário de grandes adversidades – o país registrou nessa semana a marca de 100 mil mortos pela Covid-19 e o desemprego é bastante elevado (13%), embora os setores de comércio e serviços apresentem uma recuperação na comparação com abril, ápice da crise provocada pela chegada da pandemia do coronavírus.

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    Como o presidente abraçou a defesa da economia desde a chegada da Covid-19 no país e o auxílio emergencial tem provocado um efeito social positivo, Jair Bolsonaro está se beneficiando. Outro aspecto que joga a favor de Bolsonaro é o fato das medidas de isolamento social – e o consequente fechamento das atividades econômicas – não terem sido adotados pelo Palácio do Planalto, mas sim por governadores e prefeitos.

    Também vale ressaltar que, diante da força política e social do auxílio emergencial, questões como o caso Fabrício Queiroz, que vem sendo bastante explorado por setores da imprensa e da oposição como forma de desgastar a família Bolsonaro, têm impacto limitado.

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    Outra consequência do auxílio e que desafiará o governo diz respeito aos rumos da economia. Embora as saídas dos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel do Ministério da Economia – e a posterior reação do ministro Paulo Guedes – tenha gerado um compromisso de Bolsonaro com o teto de gastos, fortalecendo a posição de Guedes, o aumento da popularidade do presidente a partir de um programa de transferência de renda reforçará os argumentos da ala desenvolvimentista.

    Assim, os defensores que Bolsonaro deve governar mais direcionado para os grotões do país que para Faria Lima podem ganhar força.

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    Aprovação de Bolsonaro é inferior apenas ao governo Dilma I

    Outro aspecto importante trazido pelo Datafolha diz respeito a popularidade de Jair Bolsonaro na comparação com os presidentes anteriores em um período similar. Nota-se que hoje a avaliação positiva (ótimo/bom) de Bolsonaro é inferior apenas a registrada pelo governo Dilma I, que na época representa a continuidade do legado do ex-presidente Lula.

    GOVERNOS Ótimo/Bom (%) Regular (%) Ruim/Péssimo (%)
    COLLOR (SET/91) 18 39 41
    ITAMAR (MAI/94) 16 43 38
    FHC I (JUN/96) 30 41 25
    LULA I (AGO/04) 35 45 17
    DILMA I (AGO/12) 62 30 7
    TEMER (NOV/18) 6 22 70
    BOLSONARO (JUN/20) 37 27 34

    *Fonte: Datafolha

    Além disso, a avaliação negativa (ruim/péssima) do governo é maior apenas que a registrada pelo governo FHC I, no auge do Plano Real, e pelos governos Dilma – continuidade de Lula que deixou o poder com mais de 80% de aprovação – Lula I, quando havia uma grande esperança popular em relação ao seu governo.

    Por todos esses aspectos, ganham forçam os adeptos da nova fase do bolsonarismo, caracterizado pelo diálogo, pela maior influência da chamada ala militar e de parte do centrão, e pelas políticas de transferência de renda – o que aumentará a pressão em favor da criação do Renda Brasil – e as agendas de inaugurações de obras pelas regiões Norte e Nordeste.

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