Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Mundo Agro

Por Marcos Fava Neves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
De alimentos a energia renovável, análises sobre o agronegócio
Continua após publicidade

Propondo a Agricultura 6.0

Uma nova proposta de conceito de produção agrícola sustentável, com os olhos no futuro

Por Da Redação 26 jun 2024, 12h51
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Como qualquer outro segmento, a agropecuária e suas práticas precisam estar em constante mudança para se adaptarem às novas proposições que o macroambiente exige. O setor possui grande potencial para realizar ações que contribuam para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, proteção do meio ambiente, geração de oportunidades às pessoas e desenvolvimento econômico. Foi assim que a produção foi se desenvolvendo ao longo dos anos, com a mudança das práticas produtivas, adoção de tecnologias e até a mudança na forma de pensar as atividades. Vamos conhecer hoje as 5 principais abordagens históricas e apresentar uma nova: a “Agricultura 6.0”.

    O histórico das práticas agrícolas teve início com a “Agricultura 1.0” (antes de 1950), marcada pelo uso de métodos rudimentares e tradicionais com uso de mão-de-obra intensiva e tração animal, com a finalidade voltada a abastecer as comunidades locais e os níveis de produtividade eram baixos. Com a transição para a “Agricultura 2.0” (1950), a chamada “Revolução Verde” impulsionou o processo de modernização agrícola com o uso de maquinários. Além disso, um olhar para a ciência possibilitou a criação de tecnologias, defensivos químicos, fertilizantes sintéticos e outros insumos para auxiliar o desenvolvimento das lavouras, o que permitiu uma produção em larga escala.

    A “Agricultura 3.0” (década de 1990) foi marcada pelo desenvolvimento da computação e da eletrônica. Os dados começaram a ser utilizados para monitorar as atividades e resultados obtidos no campo. Tecnologias com sinal de GPS, sensoriamento remoto e orientação agrícola foram adotadas para otimizar processos e economizar recursos. Com isso, surgiu também o conceito de “agricultura de precisão”, para demonstrar a vantagem do manejo localizado de insumos, utilizando apenas o necessário, o que costumo chamar de “gestão por m2”.

    Já a passagem para a “Agricultura 4.0” (anos 2000) se deu pela evolução de diversas tecnologias digitais, como: redes de sensores, Internet das Coisas (IoT), drones, softwares, processamento de imagens via satélite, computação em nuvem, análise de big data e aplicativos móveis. Nesse momento, os dados passaram a ser analisados por meio de diagnósticos que apoiam a tomada de decisão dos produtores.

    Com a ascensão da “Agricultura 5.0” (2010 em diante), o uso da robótica, sistemas autônomos de decisão, redes de sensores sem fio, veículos não tripulados, aprendizados de máquina e algoritmos de inteligência artificial têm sido implementados nos processos de produção. Nessa fase, a chamada agricultura inteligente utiliza as soluções para refinar a análise de informações, aumentar a previsibilidade no campo, aumentar a sustentabilidade e eficiência da produção agrícola, contribuir para o desafio de escassez de mão-de-obra nas propriedades e muitas outras vantagens.

    Continua após a publicidade

    Dado que a evolução tecnológica no campo é contínua, as práticas atuais devem enfatizar o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o uso cada vez mais racional dos recursos do planeta. Denominamos essa nova fase de agricultura integradora ou “Agricultura 6.0”, onde as soluções são especializadas e baseadas na natureza, com o objetivo de proteger, gerenciar e restaurar os ecossistemas. As práticas regenerativas são destaque nesse modelo, se apoiando na integração de diversas técnicas como:

    A “Agricultura 6.0” também enfatiza a economia circular, que visualiza o fluxo produtivo de forma cíclica e reduz o desperdício de resíduos, substituindo o descarte por reutilização, além de reduzir o descarte inapropriado e contaminação dos ecossistemas. A bio-revolução também é destaque, com técnicas de biologia sintética, engenharia genética e pesquisa de microrganismos multifuncionais, os quais exercem influência positiva em diversas necessidades do campo. Novas soluções em biocombustíveis e bioenergia estão sendo desenvolvidas e aprimoradas, como o biogás, hidrogênio verde, SAF (combustível sustentável de aviação), entre outras. O mercado de créditos de carbono está cada vez mais forte e demonstrando um enorme potencial para o Brasil. A intensificação produtiva utilizando uma mesma área também é observada a partir do maior uso de diversas tecnologias. E, por fim, existe um crescimento da convergência colaborativa entre as áreas por toda a cadeia produtiva, com uma visão mais holística e integrada dos problemas do setor.

    Continua após a publicidade

    Todos os pontos anteriores constituem o que chamamos de “Agricultura 6.0”. Esse modelo integrador permite um olhar para o futuro da produção de alimentos, não apenas com a visão de aumentar a produção, mas de fazê-lo de forma responsável, consciente, respeitando os recursos e garantindo o futuro das gerações que vem por aí.

    Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinicius Cambaúva e Beatriz Papa Casagrande.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.