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Por Vilma Gryzinski
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Tecnicamente empatado com Trump, Joe Biden perde para a economia

A diferença está muito pequena para cravar o resultado, mas os que votam com o bolso não favorecem o atual presidente

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 Maio 2024, 11h54 - Publicado em 29 abr 2024, 07h46

Foi um daqueles momentos nascidos para viralizar. Um repórter de televisão entrevista um arquetípico trabalhador de construção civil de Nova York, numa área que está sendo visitada por Donald Trump. O repórter pergunta se causa surpresa ver tantos trabalhadores sindicalizados, uma reserva de caça dos democratas, apoiando Trump.

“De jeito nenhum. É a vez de Trump de novo”, responde o homem que parece uma verdadeira muralha humana de capacete.

“E qual a sua mensagem para Joe Biden?”, pergunta o repórter.

“Dane-se”.

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Já deu para perceber que a palavra usada foi bastante mais rude.

A enorme e eficiente equipe que trabalha pela reeleição de Biden provavelmente já sabe – cada mínima mudança de humor do eleitor é clinicamente perscrutada -, mas nada como ver um cidadão ao vivo, falando do que importa para ele e seus pares. Sem papas na língua nem economistas requintados tentando convencê-los de que são tapados demais para entender como as coisas estão melhorando – mesmo agora, com um crescimento pálido do PIB e outras notícias não muito boas, incluindo um resíduo de inflação que não vai embora e implica em taxa de juros sem recuo.

“Eu fiz uma pesquisa com o meu sindicato e o presidente Trump está liderando Joe Biden por três a um entre os meus nove mil membros”, disse o líder sindical Bob Bartels durante a visita de Trump. “Estamos fartos da situação com comida, inflação, preço da gasolina, imigrantes ilegais e criminalidade”.

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NEUROPATIA PERIFÉRICA

Bartels resumiu numa linha tudo o que não vai tão bem para Biden – deixando de fora apenas a questão da idade, que não é irrelevante. Ao contrário, o presidente continua se atrapalhando com as palavras e com as pernas. Está usando tênis, da marca Hoka, com solado bem grande, para evitar quedas constrangedoras como já aconteceu em pelo menos cinco ocasiões públicas.

A mais recente novidade é embarcar no helicóptero presidencial cercado de assessores e não isoladamente, como é o costume para propiciar boas fotos. Com o muro de assessores, fica menos evidente o andar claudicante de Biden, produto, segundo o médico presidencial, de uma neuropatia periférica, uma condição dolorosa nos pés que afeta o modo de caminhar do presidente de 81 anos que quer convencer o país estar com tudo em cima para outro mandato quadrienal.

“Idade é realmente uma questão”, tentou brincar Biden no jantar anual com jornalistas americanos e estrangeiros. “Eu sou um homem adulto concorrendo com alguém de seis anos”.

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Segundo a médias das principais pesquisas feita pelo site RealClear, Biden está com 45% dos votos contra 46% para Trump. Há quatro anos, exatamente no mesmo momento, tinha uma vantagem de seis pontos. Uma pesquisa da CNN dá a mesma vantagem, mas invertida: 49% para Trump, 43% para Biden.

Todo mundo já sabe que a eleição americana é resolvida nos estados pêndulo, os que tendem ora para o candidato de um partido ora para o outro.. Em seis dos sete estados desse tipo, Trump está em vantagem. Em dois deles, Pensilvânia e Wisconsin, a diferença é minúscula (42,6% contra 41,8% no primeiro; 41,3% para Biden e 41,2% para Trump no segundo).

Para quem só passa pela política americana eventualmente, soa como um escândalo o fato de que Trump, com a imagem que tem e os processos que enfrenta – o mais comentado do momento envolve uma atriz pornô e uma ex-coelhinha da Playboy – esteja em posição tão boa.

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IMPARCIALIDADE COMPROMETIDA

Na verdade, Trump parece, aos olhos do eleitorado, ter melhorado com o tempo. É considerado melhor do que Biden em assuntos vitais como economia e imigração (Biden ganha, sobretudo, na questão do aborto, mas fazer uma campanha presidencial com esse tema implica em grandes perigos). Segundo a pesquisa da CNN, 55% dos americanos acham que o governo Trump foi bem sucedido.

Mesmo os eleitores que não são trumpistas apaixonados sentem que a multiplicidade de processos contra ele tem um teor político – e as conexões entre promotores que querem a cabeça de Trump e a Casa Branca não ajudam em nada a criar a impressão de imparcialidade.

“Não estamos falando de uma coisa que está acontecendo na Bolívia ou na Venezuela”, escreveu Roger Kimball, uma voz da direita trumpista que tem peso próprio no mundo conservador. “Está acontecendo bem aqui, nos Estados Unidos da América. O partido do regime está coordenando com os instrumentos judiciais e com a mídia para manter o principal candidato oposicionista fora da campanha. Este partido também está tentando ativamente levá-lo à falência”.

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É tudo verdade, apesar dos exageros retóricos – e embora a imagem de Trump como um mártir impoluto esteja bem longe da realidade. Se ele não tivesse “deixado” um amigo do mundo dos tabloides pagar as gatas que saiam de seu armário para engavetar histórias comprometedoras, um dos vários de seus percalços, não estaria agora sentado no banco dos réus no qual é obrigado a enfrentar o rigor do juiz Juan Merchan quatro vezes por semana.

A enorme quantidade de incertezas, incluindo uma guerra em Gaza que levou alas jovens do Partido Democrata a se rebelar contra Biden, dificulta o trabalho dos oráculos eleitorais. Mas, por enquanto, embora a diferença seja mínima, Trump continua na frente.

Como sempre, contra todas as forças do establishment que agora incluem batalhões de promotores obcecados com a ideia de torná-lo um candidato inviável. E quanto mais batem…

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