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Novo líder austríaco: carinha de anjo pode ser um bom sinal

Jovem, dinâmico e, ainda por cima, lindo, Sebastian Kurz é o que tantos partidos em tantos países procuram nesse momento de crise de representatividade

Por Vilma Gryzinski 16 out 2017, 09h12
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  • Como só  as pessoas superficiais não se preocupam com as aparências, vamos deixar bem claro: Sebastian Kurz não tem com o que se preocupar nesse quesito. Com 31 anos, parece um menino perto de qualquer outro político. E nenhum rival ou aliado tem a basta cabeleira negra, os olhos azuis escuros, o maxilar cinzelado e outros atributos dele.

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    Kurz é de um partido tradicional de centro-direita que praticamente “sequestrou”. Ou , em linguagem mais atual, reformatou, com uma mensagem dirigida ao eleitorado jovem focada em três pontos: menos imigração, menos impostos e menos burocracia. “Está na hora de estabelecer um novo estilo político nesse país”, prometeu.

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    Que eleitor não quer ouvir isso, com um mínimo de garantias de que alguma parte das promessas será cumprida? E que partido político hoje não sonha com um candidato assim, sabendo que os “nomes de sempre” estão desgastados e desprestigiados?

    Com esse estilo “Macron de direita”, Kurz ganhou 31,6% dos votos e deve ser o próximo-primeiro ministro da Áustria – e o mais jovem chefe de governo do mundo.

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    Como ele precisará fazer uma coalizão para ter maioria no Parlamento, seu eventual parceiro está provocando mais reações ainda do que a eleição de um líder tão jovem. O Partido da Liberdade, que foi fundado por velhos nazistas (de verdade, não imaginários), é o candidato natural, A Áustria teria assim um governo de coalizão de direita-direita.

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    O Partido da Liberdade já integrou o governo e o mundo não acabou. Seu líder atual, Heinz-Christian Strache, já fez uma visita a Israel e apoia as posições do atual governo israelense em relação a assuntos vitais, como a construção de casas em territórios ocupados e a mudança da embaixada austríaca para Jerusalém.

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    Um neo-nazista pró-Israel é apenas um dos espantos da mudanças políticas em curso em vários países. O partido de ultra-direita estava à frente nas pesquisas até a súbita ascensão de Kurz, com a vantagem de ser uma cara nova, mas já ter alguma experiência – foi nomeado ministro das Relações Exteriores em 2013, no governo de coalizão com o Partido Social Democrata, agora o grande perdedor.

    Kurz, inevitavelmente apelidado de “wunderwuzzi“, ou menino prodígio, é do Partido do Povo Austríaco. Como está acontecendo em outros países europeus, ele foi para a direita em matéria de imigração, o assunto que consome a Europa desde que Angela Merkel abriu as fronteiras, em 2015. A Áustria ficou com 150 mil estrangeiros desde então, entre sírios, afegãos, iraquianos e outros.

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    O jovem político também saiu por cima de uma jogada suja feita em sites falsos, com mensagens de apoio igualmente falsas de anti-semitas. Uma baixaria patrocinada, escandalosamente, por um representante social-democrata. E executada por um israelense que acabou preso por lavagem de dinheiro.

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    Kurz é europeísta, mas do novo tipo: não quer interferências em assuntos internos. Para que lado irá nesse momento de divisões na União Europeia? As encrencas são muitas: a Inglaterra se dilacera internamente por causa do Brexit, a Espanha afunda no drama do separatismo catalão, a Itália já não tem mais o que fazer com tantos africanos e o “bloco do Leste” se afasta do centro, unido na rejeição a cotas para imigrantes.

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    Em menos de cinco meses, Kurz bagunçou toda a casa do Partido do Povo. Rompeu a eterna coalizão, passou a chamar o partido de “movimento”, à la Macron,  e enfatizou o discurso contrário a imigrantes, propondo corte de benefícios a todos os estrangeiros, inclusive de outros países da União Europeia.

    E fez uma mudança que os “reformatadores” de políticos brasileiros entenderiam perfeitamente: mudou a cor do parido de preto para turquesa.

    Os adversários ironizaram a superficialidade de Kurz, o excesso de gel no cabelo, o ar vampiresco, o personalismo e até a namorada, Susanne Thier, que só aparece quando é para ficar bem na foto.

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    Mas os austríacos resolveram arriscar. Quem não entende isso?

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