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Maduro vai ganhar a “eleição” – mas mesmo assim reprime opositores

Quem tem tudo na mão não precisa se preocupar com resultado das urnas, embora o tiranete venezuelano não dê chance ao acaso

Por Vilma Gryzinski 29 jan 2024, 07h27

Nicolás Maduro é um palhaço que deu certo: seu histrionismo, uma cópia deformada do personagem original, Hugo Chávez, mascara a habilidade com que se mantém no poder há nada menos que dez anos – sem nenhuma intenção de ter uma impossível e sossegada aposentadoria.

Agora, seus esforços se concentram em tumultuar a eleição presidencial que, absurdamente, nem data marcada tem. O bolivarianismo também não aceita a candidata escolhida em primárias, María Corina Machado, uma força da natureza que seria difícil enfrentar numa disputa limpa e foi declarada inelegível, num dos muitos abusos que se acumulam.

Claro que Maduro não tem nenhuma intenção de participar de uma eleição correta. Na sua habitual política de cercar tudo de constante tumulto, ele já ameaçou anexar Essequibo, o território rico em petróleo da vizinha Guiana, e agora inventou uma “intentona terrorista”, uma conspiração entre militares e líderes oposicionistas, entre os quais foram presos cinco líderes da campanha de Corina. Também foram expulsos 33 militares, incluindo um general, dois coronéis e outros oficiais.

Tudo pretexto para dizer que os acordos de Barbados, pelos quais os Estados Unidos afrouxaram sanções petrolíferas em troca de eleições que deveriam ser legítimas. O acordo “está ferido de morte”, disse Maduro, colocando a culpa na oposição.

“Tomara que possamos salvá-los e promover através do diálogo grandes acordos de consenso nacional sem cartas escondidas e planos macabros para assassinar-me e levar a violência ao país”.

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“MOMENTO ESTELAR”

É uma cara de pau formidável falar em “cartas escondidas”. Maduro tem absolutamente tudo na mão, incluindo o Legislativo e o Judiciário. O Supremo Tribunal de Justiça, inteiramente ocupado por maduristas, usou o consagrado recurso de declarar a inelegibilidade de María Corina por ter sido “participante da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador” Juan Guaidó, hoje no exílio.

Apesar dos termos ridículos, o fato é que Guaidó, reconhecido como presidente legítimo por uma eleição legislativa indireta, não deu certo. A alternativa foi negociar os acordos de Barbados, intermediadas pela Noruega e agora implodidos pelo madurismo.

Será que alguém achava sinceramente que Maduro cumpriria o combinado?

María Corina teve 91% dos dois milhões de votos dos eleitores que participaram nas primárias independentes da aliança oposicionista, mas está impedida de participar da eleição.

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Para não deixar dúvidas sobre suas intenções, Maduro e capangas agora falam em nada menos que cinco planos conspiratórios, com listas de nomes que incluem jornalistas, militares da reserva e especialistas em direitos humanos.

“Estejam onde estiverem, vão ser encontrados e colocados atrás das grades e tem que ser aplicada a pena máxima prevista pela lei venezuelana por terrorismo, por conspiração, por traição à pátria”, disse Maduro.

Ao assumir, há duas semanas, a nova presidente da suprema corte, que também é a instância eleitoral máxima, a chavista Caryslia Rodríguez, conclamou os colegas a “conseguir grandes vitórias como exige esse momento tão estelar da história do país”.

Pois é, assim caminha a farsa eleitoral na Venezuela em seu momento “estrelar”.

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