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Maduro leva surra até do “candidato de quem não devia ter medo”

Diplomata desconhecido e sem carisma, escolhido no desespero pela oposição, aparece à frente na farsesca eleição montada pelo regime

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 Maio 2024, 15h16 - Publicado em 2 Maio 2024, 07h48

Dar uma sova de vinte pontos no homem que corrompeu todos os instrumentos de poder para garantir sua permanência nele não é para qualquer um. Muito menos para Edmundo González, um diplomata sem nada da ebulição carismática da líder oposicionista María Corina Machado, um homem quase desconhecido que “nunca, nunca, nunca” havia pensado em entrar para a política.

Pois segundo uma pesquisa da Meganálisis, ele teria 32% dos votos, contra 11% para Nicolás Maduro. O candidato “de quem não devia ter medo”, depois da armação contra María Corina por um tribunal eleitoral farsesco, está fazendo o tiranete venezuelano suar frio.

E se a candidata fosse Corina, como seria justo em qualquer eleição minimamente correta? Ela teria 75% dos votos, contra 9% para Maduro.

Os números explicam a sórdida campanha que tornou Corina inelegível e até mesmo bloqueou a sua substituta, a professora de filosofia Corina Yoris. Mesmo assim, ela está transferindo votos para o desconhecido González, que deixou a diplomacia ainda no tempo de Hugo Chávez.

CARA DE PAU

É possível que ele suba nas pesquisas à medida em que se torna mais conhecido. No momento, apenas 53% dos pesquisados disseram saber quem ele é e 47% não reconhecem o nome. Isso indica que, obviamente, ele tem espaço para crescer.

Todo mundo sabe que Nicolás Maduro vai ganhar a eleição de julho, independentemente de quem os eleitores escolham, mas as pesquisas indicam o tamanho da fraude que está sendo armada.

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Outro dado da pesquisa da Meganalise: 75,9% confiam em María Corina, um índice que despenca para 6% no caso de Maduro.

Vai ser uma trabalheira danada simular a eleição do tiranete venezuelano, mas cara de pau é o que não falta. O que Maduro e companhia inventarão para desqualificar González ou simular sua derrota?

O arsenal do regime é vasto. Uma vez desmontados todos os mecanismos democráticos, o caminho fica livre.

A maior esperança de mudança vem de dentro do regime. No momento, toda a cúpula venezuelana segue os desdobramentos da prisão de Tarek El Aissami, que caiu em desgraça da posição de terceiro homem do regime, como presidente da PDVSA, o petrolífera que o bolivarianismo conseguiu arruinar.

Ninguém, obviamente, acredita nas acusações de corrupção – não por serem falsas, mas por servirem como pretexto.

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JOGO PESADO

Teria ele conspirado para tramar um regime pós-Maduro? O líder oposicionista Leopoldo López, exilado na Espanha, disse que manteve contatos com o principal assessor de Aissami. “Há muitas pessoas que hoje não estão alinhadas na estrutura de poder da ditadura”, mais do que insinuou ele.

“Tarek El Aissami está preso por conspirar contra Maduro, por disputar o poder, não por roubar”, disse um um ex-integrante do regime, o ex-ministro da Informação Andrés Izarra.

Dá até um pouco de pena ver um homem correto, e politicamente não iniciado, como Edmundo González, entrar nesse mundo de jogo pesado. Mas é o que se tem para o momento. Vai que dá um revertério e o voto dos venezuelanos seja efetivamente respeitado?

É ingenuidade pensar nisso. Mas é impossível não ter uma pontinha de esperança de que haja algum tipo de justiça na sofrida e destroçada Venezuela.

Um retrato da realidade do país foi traçado pela ONG Provea, expondo um “panorama devastador” que inclui os seguintes dados: em apenas 16% dos domicílios venezuelanos o consumo de alimentos é suficiente, o PIB caiu 80% em dez anos e nesse período 43 mil pessoas foram vítimas de violações da integridade pessoal.

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Fome, ruína e repressão formam a marca registrada do governo que vai ser reeleito em julho. Só falta decidir por quantos milhões de votos.

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