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Lockdown de emergência: proibir viagens internacionais vira alternativa

Fechar os céus por um curto período ou obrigar viajantes a quarentena em hotéis são métodos decorrentes do medo das variantes do coronavírus

Por Vilma Gryzinski 25 jan 2021, 08h36
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  • Esperança e medo estão convivendo em países onde a vacinação está adiantada, mas cresce o perigo representado por variantes do vírus mais contagiosas ou letais.

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    Em Israel, o país mais avançado em matéria de vacinação, com 30% da população já imunizada, começa à meia-noite de hoje um lockdown aéreo com duração de uma semana.

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    Nenhum avião de passageiros poderá pousar no aeroporto Ben Gurion. Os voos para fora do país estarão limitados aos incluídos nas categorias de tratamento médico, trabalho essencial, enterro de familiares ou viagem para outra residência.

    “Estamos fechando o país hermeticamente”, resumiu Benjamin Netanyahu sobre a medida drástica devido ao estado de emergência provocado pelas “mutações no mundo”.

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    Já foram detectados no país 27 casos de portadores da mutação do vírus que emergiu na África do Sul.

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    Às variantes que podem, potencialmente, solapar o enorme esforço de vacinação, soma-se um número parecido com o de outros países: apenas 33% dos viajantes que chegam do exterior seguem as regras da quarentena.

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    Segundo autoridades israelenses a variante mais comum, emergida na Inglaterra, tem um índice de contágio 30% maior. Pior ainda: 40% dos casos atribuídos a ele foram entre crianças, o grupo mais protegido pelo vírus original.

    “As vacinas funcionam contra a mutação, mas o índice de contágio é muito mais alto do que o índice de vacinação”, explicou a especialista em saúde pública Sharon Alroy Preis.

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    No Reino Unido, pioneiro na vacinação, foram identificados 77 casos da variante sul-africana e nove da mutação brasileira.

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    “Provavelmente existem outras que ainda não foram detectadas porque os países não tem condições de fazer o sequenciamento genético”, disse Matt Hancock, o ministro da Saúde.

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    Hancock é da ala do governo favorável ao “método australiano”: todos os passageiros que chegarem do exterior devem ser trancafiados em hotéis de aeroporto para uma quarentena de dez dias, com despesas pagas pelos viajantes.

    É certamente um modo extremo de ceifar o movimento de viajantes procedentes de outros países, mesmo que o movimento seja reduzido a cidadãos e residentes.

    Como o vírus não olha passaporte, qualquer um pode estar trazendo as variantes que tanta preocupação causam.

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    Entre as autoridades do governo britânico, a única divergência parece ser sobre os incluídos na quarentena compulsória no próprio aeroporto: todos os passageiros procedentes do exterior ou apenas os que chegam de países “quentes”, com muitos casos e mutações emergentes. Nem é preciso dizer em qual categoria se enquadra o Brasil.

    O plano do lockdown aéreo está delineado, inclusive com o esquema de vigilância para controlar possíveis fujões. Lugar nos hotéis não é considerado um problema.

    “Eles estão vazios”, disse ao Telegraph uma fonte do governo. Mesmo com o movimento drasticamente diminuído, o governo espera reduzir o atual número de pessoas que chegam por via aérea ao país de vinte mil  por dia para poucos milhares.

    A primeira variante do vírus que emergiu em larga escala foi exatamente no Reino Unido, onde ela é agora dominante, o que vai acabar acontecendo em outros países, por mais que se isolem.

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    “Nós simplesmente não sabemos para onde a coisa vai”, disse ao Daily Beast um pediatra que assessora a prefeitura de Nova York, Irwin Redlener.

    “A coisa que mais nos preocupa é que a mutação se torne resistente às vacinas ou parcialmente resistente. Isso seria horripilante”.

    A mutação britânica é 53% mais contagiosa do que a versão precedente do vírus e provocou a reativação do lockdown em meados de dezembro.

    O primeiro-ministro Boris Johnson foi muito criticado por dizer, na semana passada, que a variante poderia ser até 30% mais letal – informação baseada num estudo com poucos pacientes.

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    O fato é que as mortes dispararam, chegando ao triste recorde de 1 820 óbitos na quarta-feira passada. 

    A ligeira queda desde então ainda não permite nenhum otimismo – nem o adiamento de uma medida tão radical como, na prática, fechar o espaço aéreo, com a alternativa de trancar compulsoriamente os próprios cidadãos durante dez dias.

    Nenhum governo gosta de fazer isso, obviamente. Ainda mais um governo que está promovendo, com razão, o o esforço conjunto que já levou à vacinação de seis milhões de pessoas, quase 10% da população britânica, incluindo três quartos dos acima de 80 anos, os mais vulneráveis.

    Quando parece que já é possível dar um suspiro coletivo de alívio, o vírus nos mostra, mais uma vez, que não está para brincadeira.

    O El País ouviu dez especialistas sobre as perspectivas da terceira onda na Espanha e resumiu assim o quadro geral esboçado por eles em suas próprias palavras: “Complicado. Horrível. Desastroso. Desolador. Aterrorizante”.

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