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EUA: ‘Parem de destruir nossas cidades’, apelam prefeitas

Mulheres negras que comandam metrópoles tentam tirar os baderneiros das ruas, mas a situação fugiu ao controle e país vive outra noite de guerrilha urbana

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 3 jun 2020, 12h29 - Publicado em 1 jun 2020, 07h23
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  • Maria Corina Machado
    Celebração: quando a polícia recuou, instalou-se em múltiplas cidades um “nível de destruição de enlouquecer" - (Ringo H.W. Chiu/AP/.)

    O apelo que estava faltando foi feito. As prefeitas de São Francisco, Washington e Atlanta não podiam ser mais explícitas.

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    “Estamos mandando uma mensagem muito clara para as pessoas que têm o direito de exercer a liberdade de expressão, mas não de destruir nossa cidade”, disse Keisha Lance Bottom, prefeita de Atlanta.

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    Ela deu uma entrevista conjunta com a prefeita do Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, Muriel Bowser.

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    Ambas são negras, na faixa dos 40 anos e até parecidas fisicamente. Democratas, obviamente, Comandam cidades com grande eleitorado negro, mas também simbolizam os avanços na área dos direitos civis, como os americanos chamam as garantias de igualdade.

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    E estão desesperadas.

    “O nível de destruição e caos é de enlouquecer”, disse Keisha.

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    Em entrevista separada, a prefeita de São Francisco, London Breed, que tem o mesmo perfil, foi na mesma linha.

    “Houve coisas que não podemos tolerar. Alguns vândalos achavam que era um jogo, uma coisa engraçada. Isso não é engraçado”.

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    “Tem muitos jovens, adolescentes, envolvidos. Pais, onde estão seus filhos?”, disse, numa frase que qualquer político conservador endossaria.

    A união de pessoas sensatas, de qualquer tendência política, apelando pelo fim dos incêndios, saques e destruição em larga escala em 50 cidades americanas, teve efeito zero.

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    A convocação de mais 16 mil integrantes da Guarda Nacional, evitou o pior, mas não controlou nem remotamente a onda de manifestações com alto teor de violência que ganhou vida própria.

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    Saquear bolsa Louis Vuitton ou televisões de 72 polegadas não é exatamente uma forma legítima de protestar contra a morte revoltante de George Floyd.

    Muito menos tocar fogo num conjunto residencial em construção para pessoas de baixa renda e pequenos comércios, muitos pertencentes a negros, americanos nativos, latinos e imigrantes do Oriente Médio, como aconteceu em Minneapolis, o foco.

    Como é possível que cidades importantes tenham prefeitas negras, num sinal de progresso contra a discriminação, e policiais ainda ajam de maneira revoltante contra um detido como George Floyd?

     

    Considerando-se não só o império da lei, como o risco de deflagrar ondas de protestos, os policiais americanos são treinados especificamente para não tratar detidos, de qualquer tom de pele, da forma criminosa com que agiram Derek Chauvin e mais três colegas.

    A barbárie explícita de seu comportamento levou até a conjecturas conspiratórias. Se Chauvin e Floyd trabalharam como segurança, durante anos, em turnos diferentes, na mesma casa noturna, existiria alguma conexão ainda desconhecida entre os dois?

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    Seja qual for a situação – e a eventual punição dos policiais criminosos -, nunca haverá um resultado satisfatório para a família e as organizações ligadas ao movimento negro.

    Só o fato de que Chauvin foi enquadrado em acusações de homicídio culposo e o resultado da autópsia, que elimina morte por sufocamento ou estrangulamento, já estão causando reações negativas. A família contratou um legista conhecido para acompanhar o caso.

    A extensão e violência dos protestos entraram na sexta noite seguida, com o efeito contágio se alastrando.

    Veio à tona agora que, na noite de sexta-feira, quando manifestantes se aproximaram da Casa Branca, Donald Trump foi levado para o bunker feito para caso de atentado terrorista ou guerra. Passou uma hora lá.

    Agentes do Serviço Secreto, encarregados da segurança presidencial, chegaram a colocar equipamentos anti-motim, uma cena rara.

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    Trump, sendo Trump, depois tuitou que se os protestos se repetissem, os manifestantes iriam deparar com “armas sinistras e cachorros bravos”.

    A eclosão de violência pega Trump num momento péssimo. Mais de cem mil americanos já morreram com o novo coronavírus, a economia travou e a esperança de reeleição estava centrada numa recuperação rápida – e, se possível, numa vacina idem.

    Pelos precedentes anteriores, os protestos vão acabar refluindo ou se prolongar sob a forma de manifestações intensamente policiadas.

    O estrago, de proporções chocantes, já está feito, tanto pelos manifestantes que partiram para a violência quanto pelas autoridades que tiraram a polícia das ruas, com medo de novos incidentes.

    “Cansamos de ligar para o 911 e para o Departamento de Polícia. Ninguém atendeu”, disse a dona de uma casa noturna de Minneapolis, Maya Santamaria.

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    “Eles não podem simplesmente sumir e deixar tudo pegar fogo”.

    Como outros pequenos empresários da área central da cidade, ela perdeu tudo.

    Era na casa noturna de Maya que George Floyd, com seus 2,04 metros, e Derek Chauvin, com a o jeito de policial durão, trabalhavam na segurança, até que seus destinos voltassem a se cruzar de forma miseravelmente cruel.

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