Moçambicano Mia Couto leva o Prêmio Camões 2013
O escritor moçambicano Mia Couto foi anunciado vencedor do Prêmio Camões 2013, na noite desta segunda-feira, na sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Criado em parceria pelo Brasil e Portugal, em 1989, o Prêmio Camões dá 100.000 euros, a cada ano, ao escritor que, no entender do júri, tenha colaborado para enriquecer literária […]
O escritor moçambicano Mia Couto foi anunciado vencedor do Prêmio Camões 2013, na noite desta segunda-feira, na sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Criado em parceria pelo Brasil e Portugal, em 1989, o Prêmio Camões dá 100.000 euros, a cada ano, ao escritor que, no entender do júri, tenha colaborado para enriquecer literária e culturalmente a língua portuguesa.
Este ano, o júri era formado por, entre outros, os brasileiros Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas, Alberto da Costa e Silva, embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras, o escritor e professor universitário moçambicano João Paulo Borges Coelho e o escritor angolano José Eduardo Agualusa.
Autor de livros como O Fio das Missangas e Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, Couto recebeu já em 1999 um prêmio pelo conjunto da obra, Vergílio Ferreira e teve um romance, Terra Sonâmbula, lançado aqui em 2007, considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Seu último livro publicado no Brasil foi Cada Homem É uma Raça, reunião de contos que saiu este ano pela Companhia das Letras.
A premiação costuma fazer uma espécie de rodízio entre os países de língua portuguesa. No ano passado, o vencedor do Camões foi o brasileiro Dalton Trevisan, o “vampiro de Curitiba”. Em 2011, ganhou o português Manuel António Pina. De Moçambique, já havia vencido José Craveirinha, em 1991.
Franz Kafka — Também nesta segunda-feira, o israelense Amos Oz foi anunciado vencedor da edição 2013 do Prêmio Franz Kafka. No valor de 10.000 dólares, o prêmio será entregue a Oz durante uma cerimônia na cidade de Praga, no final de outubro, por ocasião do Dia Nacional da República Tcheca.
Nascido em 4 de maio de 1939 em Jerusalém, de uma família de origem russa e polonesa, Amos Oz mudou seu sobrenome em 1954, de Klausner para Oz, uma palavra hebraica que significa “força, coragem”. Entre seus livros mais conhecidos estão Where the Jackals Howl (1966), seu primeiro texto, Meu Michael (1973), A Caixa Preta (1988), Conhecer uma mulher (1991), Pantera no Porão (1997), O Mesmo Mar (2002) e, especialmente, o romance autobiográfico Rimas da Vida e da Morte (2003), reconhecido como uma obra-prima da literatura mundial.
Vencedor do prestigiado Prêmio Goethe 2005, também recebeu em 1992 o Prêmio da Paz dos livreiros alemães, o Prêmio Israel de Literatura de 1998 e o prêmio Príncipe das Astúrias em 2007. E foi traduzido para trinta idiomas.
Criado em 2001, o Prêmio Franz Kafka, única premiação literária internacional da República Tcheca, tem este nome em homenagem ao escritor tcheco de língua alemã e judeu Franz Kafka (1883-1824). Entre os vencedores estão o americano Philip Roth (2001), a austríaca Elfriede Jelinek (2004), o britânico Harold Pinter (2005), o japonês Haruki Murakami (2006), o francês Yves Bonnefoy (2007), os escritores tchecos Ivan Klima (2002) e Arnost Lustig (2008) e o dramaturgo Vaclav Havel (2010), chefe de Estado entre 1989 e 2003.