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Luiz Schwarcz sobre barraco no Prêmio Camões: ‘Governo sai diminuído’

Para editor da Companhia das Letras, ‘faltou diplomacia e sobriedade’ a Roberto Freire, que contra-atacou de forma agressiva fala política de Raduan Nassar

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 fev 2017, 16h45 - Publicado em 17 fev 2017, 16h42
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  • A entrega da edição 2016 do Prêmio Camões, na manhã desta sexta-feira em São Paulo, foi marcada por um barraco incomum em cerimônias literárias. Agraciado com o prêmio de 100.000 euros (cerca de 330.000 reais), o escritor paulista Raduan Nassar subiu ao palco para agradecer – e também para protestar contra o governo Temer, de quem é crítico feroz desde que a possibilidade do impeachment de Dilma Rousseff começou a se desenhar no cenário político. Escalado para falar na sequência, o ministro da Cultura, Roberto Freire, não ficou calado. Ao contrário: bateu pesado em Raduan, a quem sugeriu que rejeitasse a distinção, e deixou parte da plateia indignada, aos gritos de “Fora Temer”. Presente à cerimônia, o presidente da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, falou a VEJA Meus Livros.

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    Houve quem apontasse uma inversão na ordem dos discursos – Raduan Nassar deveria falar por último na cerimônia. O senhor acredita que tenha havido uma inversão? Houve de fato um equívoco por parte do cerimonial de inverter a ordem dos discursos. Sempre se deixou primeiro os representantes dos governos falarem e por fim o agraciado. Nos últimos prêmios, foi assim. Tendo-se invertido a ordem e tendo o Raduan se tornado recentemente um manifestante político, o ministro se sentiu ofendido e com vontade de contestar o que foi falado. Mas penso que foi um erro do governo.

    Como assim? Acho que estavam esperando uma manifestação do Raduan e por isso inverteram a ordem dos discursos para ter a última palavra, mas foi uma estratégia errada. Faltou sobriedade e elegância. O governo teria saído engrandecido se evitasse o debate. O governo sai diminuído.

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    Faltou diplomacia, também? Sim. O protesto poderia ter sido recebido com mais diplomacia por parte do ministro e não ter gerado as manifestações acaloradas da plateia. Se eu fosse um governo criticado numa ocasião como essa, teria optado por uma atitude diplomaticamente mais sóbria, de não partir para o confronto para o premiado. No máximo, uma opinião curta, dizer, “Na minha opinião, não houve golpe”.

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    Que parte do discurso do ministro mais o incomodou? Foi ruim desde o início. Ele começou dizendo que não esperava tal atitude de protesto de uma pessoa com a idade do Raduan, já se fosse um autor mais jovem… E sugeriu que não aceitasse o prêmio. O Roberto Freire resolveu contra-atacar as críticas fortes do Raduan, que não considera essa gestão legítima, mas foi ruim.

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    O senhor falou com o Raduan depois da entrega do prêmio? Não conseguimos conversar depois. Mas sei que ele está descansando em casa, em São Paulo.

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