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Leïla Slimani: ‘O espaço doméstico é um espaço político’

Debate promovido pela Flip contou também com a presença de André Aciman, autor de 'Me Chame pelo Seu Nome'

Por Luísa Costa Atualizado em 30 jul 2018, 15h32 - Publicado em 27 jul 2018, 20h04
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  • Os dois aclamados autores André Aciman e Leïla Slimani participaram nesta sexta (27) do debate “Interdito”, que faz parte do programa principal da Festa Literária Internacional de Paraty. Leïla, marroquina de origem árabe, e André, judeu americano de origem egípcia, comentaram como abordam tópicos polêmicos tais quais o homoerotismo, a sexualidade feminina e a religião e, ainda assim – ou justamente por isso – caíram nas graças da crítica e público.

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    “O espaço doméstico é um espaço político”, disse Slimani, após ser interrompida por aplausos da plateia entusiasmada. A autora comentou a situação do entrosamento familiar entre pessoas de classes sociais distintas. Seu livro, Canção de Ninar (Tusquets), conta a história trágica de uma mãe que chega em casa e encontra os filhos mortos de maneira brutal por sua babá. Louise, a doméstica, a princípio encanta seus patrões Myriam e Paul. A tensão social que os aparta é construída aos poucos, até tornar-se insuportável – e é muito fácil de se identificar com ambas as personagens.

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    Leila ressaltou, contudo, que a violência ora sutil, ora escancarada colocada em sua história (vencedora do Prêmio Goncourt) é possível por não transformar pessoas em tipos, em heróis e vilões. “Vejo a literatura como um espaço em que eu não julgo e eu não sou julgada”, explicou.

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    Slimani falou sobre seu thriller erótico Adèle, lançado em 2014 na França e com lançamento previsto nos EUA no início de 2019 – mas já está em pré-venda, mais de seis meses antes de ser disponibilizado. Ao falar da sexualidade latente de sua personagem, o auditório foi invadido pela charanga da rua. O tema é forte, mas Leila fez graça: parou e deu uma dançadinha. É estranho falar de temas polêmicos ao som de marchinhas.

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    A educação sexual e a afetiva

    Aciman recebeu pergunta da plateia: qual era o segredo para ter conseguido sucesso muito além do público LGBT com seu livro Me Chame pelo Seu Nome? Ao comentar a ampla aceitação da obra, que relata uma tórrida relação homoafetiva entre um adolescente e um adulto, ele disse que não há fórmula: “Eu tento ser honesto”. O autor, que é declaradamente heterossexual, acredita que não é tabu falar de amor e desejo homoafetivo porque ele não é tão distinto assim de outro tipo. Aliás, nada distinto: é o mesmo amor, é o mesmo desejo, completa.

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    Ele completou sua posição sobre o traço sexual, e o jeito delicado de contornar tabus, em seu romance com o conselho de seu pai que marcou profundamente sua vida: “Nunca se envergonhe dos seus desejos. Saiba que, ao tirar a roupa, tudo é permitido”.

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    O evento

    A 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) acontece de 25 a 30 de julho em Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro. Com curadoria de Joselia Aguiar, o evento conta neste ano com a participação de André Aciman, autor do livro Me Chame pelo Seu Nome (adaptado ao filme homônimo vencedor do Oscar 2018), o laureado pelo Prêmio Pulitzer Colson Whitehead e a ganhadora do Prêmio Goncourt Leïla Slimani. A escritora homenageada da edição é a polêmica paulista Hilda Hilst.

     

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