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A verdade por trás de manchetes falsas que se espalham pela internet. Editado por João Pedroso de Campos.
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Venezuela vive ditadura, e não ‘comunização definitiva’

Texto disseminado no WhatsApp fala em proibição à prática religiosa, extinção da propriedade privada e estatização da economia sob o regime de Maduro

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 dez 2017, 20h37 - Publicado em 7 ago 2017, 20h38
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  • Com a posse da Assembleia Nacional Constituinte sem opositores na Venezuela, na última sexta-feira, que escancarou a ditadura no regime de Nicolás Maduro, passou a circular em redes sociais e no WhatsApp boatos que comunicam a “comunização definitiva” e a “cubanização” do país.

    O texto narra, entre outras medidas, proibição da prática religiosa, fim da iniciativa privada, estatização total da economia, cancelamento do acesso à internet e dos passaportes dos venezuelanos, bloqueio de celulares e extinção de planos de saúde e escolas particulares.

    Leia abaixo:

    Amigos, é com imensa tristeza, que venho comunicar oficialmente, a comunização definitiva na Venezuela. Infelizmente o Povo venezuelano acordou tarde demais.

    Venezuela a partir de hoje – 05/08/2017 – não tem mais a iniciativa privada, todas as Empresas passam a ser propriedades do Estado, inclusive Escolas, Hospitais e Bancos.

    Será mudada a carteira de identidade, e só serão fornecidas àqueles que são adeptos a revolução bolivariana. Aqueles que são contra, terão que passar por um curso de adaptação, para, então, depois de concluído este “curso”, passar por uma junta de avaliação, para verificarem se estão aptos a receber a identidade nova. Só poderão se beneficiar dos Serviços que o Estado oferece, saúde, segurança e educação, quem tiver a nova identidade.

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    Todos os passaportes, foram cancelados, não existem mais cartões de crédito, planos de Saúde, escolas particulares, viagens ao exterior, Internet cancelada, celulares proibidos, dinheiros e moedas estrangeiras deverão ser enviadas ao Estado.

    Aqueles que tiverem mais de uma propriedade, deverão entregar ao Estado. As terras – cultivadas ou não – serão de propriedade do Estado. Os agricultores trabalharão para o Estado.

    Toda a economia primária, secundária e terciária, será de propriedade do Governo.

    Prática religiosa está proibida, e todos os padres, pastores e afins estrangeiros, terão que se retirar do País.

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    As Forças Armadas e as Polícias passarão a fazer parte das milícias já instaladas no governo Maduro.

    É proibida a saída de qualquer venezuelano de seu País, e a moeda foi modificada.

    Agora vamos verificar, como a mídia daqui dará a notícia, e qual serão seus comentários.

    […]

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    A tristeza de ver hoje os venezuelanos estarem enfrentando o que semearam, por sua total alienação aos problemas políticos do seu País, os coloca indiretamente como cúmplices dessa catástrofe, exatamente por assistirem a tudo de braços cruzados, assim como a maioria do povo brasileiro.

    Em uma consulta simples a veículos de comunicação sérios e confiáveis, hábito que evitaria a disseminação de notícias inventadas por cabeças férteis, verifica-se que nenhuma das medidas “comunizantes” anunciadas pelo autor do texto foi, efetivamente, imposta por Maduro ou pela Constituinte. Nenhuma.

    O fato de não ter havido a tal “comunização definitiva” da Venezuela não significa, contudo, que o governo Maduro não seja uma ditadura. Nos últimos passos de sua escalada ao autoritarismo, o regime chavista aparelhou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) com juízes aliados e convocou a eleição à Assembleia Nacional Constituinte, que reescreverá a Constituição venezuelana sem a participação de representantes da oposição após dissolver a Assembleia Nacional de maioria oposicionista, democraticamente eleita em dezembro e 2015.

    Entre os deputados constituintes estão Cília Flores, mulher de Maduro, e Nicolás Ernesto Maduro Guerra, filho do ditador. Além de ilegítimo, o processo eleitoral também é questionado por haver indícios de fraude nas urnas eletrônicas, reconhecidos inclusive pela Smartmatic, empresa criada sob o chavismo para atuar em eleições na Venezuela.

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    Enquanto sequestrava os demais Poderes da República, o governo de Nicolás Maduro também intensificou a repressão a líderes da oposição e a manifestações populares. Apenas nos últimos quatro meses, 130 pessoas foram mortas e mais de 5.000, presas pelo regime de Maduro.

     

    Agora você também pode colaborar com o Me engana que eu posto no combate às notícias mentirosas da internet. Recebeu alguma informação que suspeita – ou tem certeza – ser falsa? Envie para o blog via WhatsApp, no número (11) 9 9967-9374.

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