A “Retrospectiva WhatsApp 2018” que circula no aplicativo de mensagens é um golpe que já atingiu 339.000 pessoas em cerca de 16 horas, segundo o dfndr lab, laboratório criado pela PSafe e especializado em cibersegurança.
A mensagem diz o seguinte: “Pessoal, acabei de ver minha Retrospectiva 2018 que o WhatsApp liberou. Muito bom! Relembrei as fotos antigas, status e conversas. Veja a de vocês aí”. Abaixo do texto é indicado um link, que o leitor deve acessar para visualizar a tal retrospectiva.
Depois de ir até o site, o leitor interessado no material é levado a clicar em “ver retrospectiva”. Em seguida, os criminosos dizem que “sua Retrospectiva foi criada com sucesso” e condicionam o acesso a ela ao compartilhamento do conteúdo a “todos os seus amigos e grupos do WhatsApp, para que eles também possam ver a retrospectiva deles”. “Após compartilhar sua retrospectiva aparecerá automaticamente”, afirma o site mal-intencionado.
Segundo o dfndr lab, o objetivo dos que criaram o golpe é ganhar dinheiro por meio de publicidade. Em alguns casos, ainda conforme o laboratório de cibersegurança, o conteúdo leva o internauta a páginas falsas que pedem dados pessoais.
“Os cibercriminosos costumam utilizar datas relevantes como gancho para criar formas de enganar os usuários. Foi assim com Copa do Mundo, eleições, black friday, e agora com o fim do ano. Essa é uma das formas mais comuns de tentar dar credibilidade para o link que está sendo compartilhado e as pessoas precisam estar sempre atentas. Por isso é muito importante checar com as empresas se qualquer promoção, serviço ou ação de marketing de fato é verdadeira”, diz Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.
Mesmo que o WhatsApp tivesse a ideia de mostrar a seus usuários uma “retrospectiva” de conversas, fotos e status durante o ano, não seria possível. As mensagens trocadas por meio do aplicativo de mensagens são criptografadas e os administradores do WhatsApp não têm acesso a elas.
Conteúdos de conversas não foram fornecidos pelo Facebook, que controla o aplicativo, nem mesmo quando a Justiça pediu acesso a mensagens no âmbito de investigações criminais. Nestes casos, o funcionamento do “zap” foi derrubado pelos magistrados. Em uma destas ocasiões, em março de 2016, o vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego Jorge Dzodan, chegou a ser preso porque a rede social não havia compartilhado as informações do WhatsApp com os investigadores.
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