Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Quilombolas e ribeirinhos do Pará podem processar empresa na Holanda

A justiça holandesa tomou decisão em favor das comunidades quilombolas e ribeirinhas do Pará em ação contra subsidiárias da Norsk Hydro no Brasil

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 Maio 2024, 10h51 - Publicado em 31 Maio 2024, 09h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Joe Biden
    Painel da obra da Companhia de Alumina do Pará, em Bacarena (PA) (Divulgação/Norsk Hydro/VEJA)

    A justiça holandesa deu um passo decisivo em favor das comunidades quilombolas e ribeirinhas do Pará. Nesta quinta-feira, 30, a Corte de Roterdã reconheceu a Associação Cainquiama como representante legítima dos interesses dos afetados pela poluição ambiental causada pelas operações da Norsk Hydro, incluindo a contaminação por alumínio. O tribunal também entendeu que não há prescrição para a ação, abrindo caminho para que o processo contra o gigante norueguês prossiga.  

    Publicidade

    O julgamento ocorre na Holanda devido à presença de subsidiárias da Norsk Hydro no país, as quais os reclamantes responsabilizam pelos danos causados no Brasil. A ação, movida por nove indivíduos e pela Cainquiama – que representa cerca de 11 mil pessoas – busca reparação por danos morais e materiais às comunidades de Barcarena e Abaetetuba. Expostos a resíduos tóxicos do processamento de alumínio, os moradores enfrentam sérios problemas de saúde, incluindo câncer, Alzheimer, doenças de pele, estomacais e diarreia.

    Publicidade

    O caso é conduzido pelo escritório internacional Pogust Goodhead, que também representa vítimas de outros desastres ambientais de grande repercussão, como os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho. Eles contam com a parceria dos escritórios brasileiros Ismael Moraes Advocacia e do holandês Lemstra van der Korst.

    Para a presidente da Associação Cainquiama, Maria do Socorro, a última decisão da corte holandesa é uma importante vitória. “Queremos nossa vida de volta. Queremos continuar a plantar e a pescar, mas é muito difícil porque o rio está muito contaminado. Não tem mais peixe ou camarão por perto, as frutas não crescem do mesmo tamanho como antes e já caem podres. Queremos que a justiça de Roterdã olhe pelo meu povo e nos ajude a salvar vidas”, diz.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O Brasil é uma peça-chave na cadeia produtiva da Norsk Hydro, fornecendo bauxita para as operações globais do grupo. A corporação atua na região através da Alunorte – a maior refinaria de alumina (material usado para fabricar alumínio) fora da China –, Albras e Paragominas. As subsidiárias holandesas dessas empresas são rés na ação, juntamente com a Norsk Hydro Holland B.V., Hydro Aluminium Netherlands B.V., Hydro Aluminium Brasil Investment B.V. e a matriz Norsk Hydro ASA.

    Tom Goodhead, CEO do Pogust Goodhead, destacou o histórico de tragédias ambientais na região. “As comunidades ribeirinhas de Barcarena e Abaetetuba sofrem os efeitos negativos das instalações da Norsk Hydro há mais de duas décadas. Desde o vazamento de coque no Rio Pará em 2002 até os incidentes de lama vermelha em 2018, a região testemunhou uma série de desastres ambientais, evidenciando um padrão de negligência corporativa”, comenta.

    Publicidade

    Enquanto isso, no Brasil, a justiça também tem agido. Em maio, o Tribunal de Justiça do Pará condenou Alunorte Alumina, Mineração Paragominas e Albras Alumínio a pagar R$ 50 milhões por danos morais coletivos às comunidades afetadas pela emissão de gases poluentes. Segundo o juiz Raimundo Santana, as atividades dessas empresas resultam em “intensa emissão de substâncias poluentes na atmosfera”, superando em muito – até dobrando – o volume produzido por uma cidade como Belém, com 1,3 milhão de habitantes.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    3 meses por 12,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.