O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, faz aniversário nesta terça, 8, mas não há muito o que comemorar. À frente da pasta desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o ministro coleciona polêmicas e age com descaso em relação às políticas ambientais no país.
Um dos “presentes” que Salles recebe nesta terça é a divulgação de uma pesquisa que mostra a insatisfação dos brasileiros com a forma como o governo conduz os planos de proteção da Amazônia.
A pesquisa encomendada pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) indica que a maioria dos brasileiros acredita que é função do governo federal proteger a Amazônia, mas não confiam que essa proteção seja feita como deveria.
O levantamento, realizado entre fevereiro e março deste ano pela consultoria Inteligência, aponta que 68% dos entrevistados acreditam que medidas de fiscalização, aplicação de multas e combate às atividades ilegais são essenciais para conter as queimadas dos próximos meses com a chegada da estação seca na região.
Segundo a pesquisa, os entrevistados afirmam que as medidas executadas pelo governo federal são mais efetivas para a conservação da Amazônia. Apesar disso, 47% acham que o Estado não cumpre o seu papel no controle do desmatamento, 38% acreditam que o governo cumpre em parte o seu papel e somente 6% defendem que o governo cumpre totalmente seu papel na proteção da floresta.
Questionados sobre em quem confiam para preservar a região, apenas 13% declararam que confiam no governo. 32% confiam mais nas organizações ambientais e 29% confiam nos povos indígenas para proteger a Amazônia.
Como a coluna mostrou, os alertas de desmatamento na Amazônia atingiram a marca de 1.180 km2 em 28 dias do mês de maio, um aumento de 41% em relação mesmo mês de 2020.
É bem provável que Salles vá comemorar hoje sem peso na consciência, mas a população já percebeu que o Ministério do Meio Ambiente não está cumprindo seu papel como deveria.