Mesmo após a péssima notícia com a nova rodada Datafolha, a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro, obviamente, diz não ter desanimado.
A ideia é esperar o mês de agosto – e o início oficial do calendário eleitoral – para o que eles mesmos definem como a “colheita dos resultados positivos”. Inclusive, nas pesquisas de intenção de votos.
Para isso, a aposta vem da soma do horário eleitoral gratuito – mais a vantagem que o presidente tem em relação a Lula nas redes sociais – com os frutos que o governo espera colher com a efetivação da PEC Kamikaze.
O pacote de bondades, como se sabe, não só aumentou o Auxílio Brasil e criou outros benefícios. Feriu também a legislação para atingir vários setores da sociedade.
O presidente e o Congresso contornaram a lei a fim de permitir que o governo concedesse uma série de benesses sociais às vésperas da eleição presidencial, o que tinha sido proibido. Abriu-se, com isso, um precedente perigoso para 2026.
Mas é preciso falar do agora, de 2022.
Com um gasto de R$ 41 bilhões, o governo concederá o aumento do Auxílio Brasil (agora de R$600), criará o vale para caminhoneiros e taxistas e dobrará o chamado “vale gás”.
Não é pouca coisa, e isso pode influenciar – e muito – o voto dos eleitores.
Além dos benefícios, em julho haverá deflação. Ou seja, a inflação será negativa pela queda do preço da gasolina e pela redução de impostos federais e estaduais sobre combustíveis e energia. E o anúncio desses dados ocorrerá em agosto, justamente no início oficial da disputa eleitoral.
O que isso quer dizer? Que Bolsonaro terá mais de uma vitória importante.
A inflação vai cair de fato. O único problema com essa série de boas notícias é a seguinte: os economistas alertam que a inflação de alimentos, que atinge mais os pobres, continuará alta.
Daí por que o governo viu a necessidade do aumento do Auxílio Brasil.
Tudo isso somado traz ao bolsonarismo – ainda que perdendo de goleada para Lula atualmente nas pesquisas – a certeza de que o presidente estará ao menos no segundo turno (justamente o contrário do que dizem renomados cientistas políticos à coluna) das eleições.
Se qualquer um dos quadros se confirmará… é preciso esperar. Mas agora – ir para o segundo turno – é a única coisa de que Bolsonaro precisa.