Após as entrevistas ao Jornal Nacional, este domingo inicia uma nova semana fundamental para a disputa presidencial, especialmente por conta do primeiro debate, historicamente realizado pela TV Bandeirantes.
A coluna apurou o que as campanhas de Lula e Jair Bolsonaro estão pensando – e planejando – sobre o tão esperado primeiro encontro entre os dois líderes das pesquisas de intenção de voto no país.
A questão central na campanha do petista, por exemplo, é que, após sair-se melhor que o atual presidente na Globo, uma onda favorável a Lula pode levá-lo à tão sonhada vitória no primeiro turno.
A questão interna é qual o tamanho dessa onda. Os mais pobres – estrato mais robusto do eleitorado – são alcançados pelo Jornal Nacional? Internamente no PT, as opiniões sobre isso são divergentes. Há quem diga que sim, há quem diga que não.
Contudo, uma coisa é certa: se Lula for bem no debate, especialmente contra um Bolsonaro claudicante, será um golaço que pode ajudar a fortalecer essa onda de “vitória no primeiro turno”.
Na direção da campanha – e a coluna falou com alguns dos seus integrantes -, o que é conversado hoje é o seguinte: com a segurança que Lula está transparecendo, é possível que essa onda seja gerada.
E a onda diz respeito não a virar votos bolsonaristas, mas à desidratação das outras candidaturas – leia-se Ciro Gomes e Simone Tebet – que podem levar ao voto útil dos seus eleitores no primeiro turno. Nesse aspecto, Lula sai ganhando. E muito.
À coluna, o senador Randolfe Rodrigues, um dos integrantes da coordenação da campanha de Lula, disse apenas o seguinte: “Nós vamos trabalhar com tudo para tentar encerrar no primeiro turno. O desempenho do Lula é o nosso principal ativo”.
Já na campanha de Bolsonaro, a ideia é tentar usar ao máximo o palco do debate que, na opinião deles, será “bem menos hostil” ao presidente do que a bancada do Jornal Nacional.
A avaliação é de que o atual presidente precisa dar respostas rápidas e tentar mostrar ao público um Lula “idoso” e “ultrapassado”. Sobre as críticas à forma agressiva, golpista e, em alguns momentos, desumana de Bolsonaro, isso não preocupa.
Para a campanha, já foram feitas todas as críticas a ele em três anos e meio e, portanto, se Bolsonaro continua vivo na disputa, é porque nada do que falarem nesse sentido o atrapalhará mais nas pesquisas. O objetivo hoje da campanha é apenas levar a eleição ao segundo turno.
Auxiliares do mandatário também acreditam que – para além de que um debate é sempre diferente que uma entrevista no telejornal mais importante do país – a Bandeirantes será “menos agressiva” com Bolsonaro.
Enfim, não se trata disso porque as duas emissoras têm compromisso com o jornalismo, mas é a teoria da conspiração que ainda rege integrantes da campanha do líder da extrema-direita brasileira. E também já fez parte do imaginário petista mais radical.