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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Os bastidores do tiro certeiro de Lula (e de seu governo) em Maduro

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 ago 2024, 14h27 - Publicado em 15 ago 2024, 14h23
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  • Lula e o assessor especial da presidência Celso Amorim fizeram o movimento mais forte, incisivo e importante, das últimas décadas, contra o regime chavista de Nicolás Maduro. Isso, se levarmos em conta os governos PT.

    Sabe-se agora que foi de forma orquestrada nesta quinta-feira, 15, quando Lula deu entrevista a uma rádio na qual não reconhece a vitória de Maduro nas últimas eleições venezuelanas, pede explicações e diz que a relação com o líder do regime chavista é complicada.

    Seguindo o mesmo tom, Celso Amorim afirmou que o Brasil não reconhecerá a legitimidade do novo governo de Maduro se as atas das eleições daquele país não aparecerem para o público de forma transparente (e sem a possibilidade de que tenham sido fraudadas).

    O movimento é importantíssimo porque mostra uma mudança de tom do presidente, que é a maior liderança da esquerda na América Latina, e de um governo PT – se somarmos a fala também incisiva de Celso Amorim.

    Já escrevi na coluna e reitero que o Lula teve a mania de, durante anos, manchar sua biografia democrática – porque é isso que ele construiu no Brasil desde a ditadura militar – com afagos, relativizações e apoios a um regime que claramente hoje não tem nenhuma base democrática, especialmente pelo fato de que persegue e tortura opositores.

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    Mantendo esse posicionamento no qual força que a verdade sobre a fraude da última eleição na Venezuela seja exposta ao mundo, Lula estará fazendo um favor a sua própria história e também à democracia brasileira. O Brasil tem que se posicionar desta forma em relação a regimes ditatoriais – sejam eles de direita ou de esquerda.

    O presidente também pode estar fazendo um baita favor ao seu atual governo no qual sua popularidade não chega nem perto daquelas que ele já teve nos dois governos anteriores.

    É preciso lembrar que essas declarações favoráveis ao regime chavista de Nicolás Maduro, que se amontoaram nas últimas décadas, sempre foram uma pedra no sapato para sua popularidade.

    Mas isso nunca foi tão latente como agora, quando a sociedade brasileira e o Congresso Nacional refletem uma sociedade muito mais dividida e com os conservadores de direita ganhando adeptos na população a cada dia.

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