O Brasil conheceu ontem a força da cultura. Num evento que reuniu artistas de diversos setores, milhares de pessoas cantaram juntas em defesa dos indígenas e do meio ambiente.
O chamado Ato pela Terra que aconteceu nesta quarta, 9, em frente ao Congresso Nacional, foi liderado por Caetano Veloso.
O musicista dispensa apresentações e, mais uma vez, usou sua imagem para lutar pelo país. Como já fez em outros momentos, como quando lutou contra a ditadura militar, Caetano não se escondeu, não se omitiu e, mais ainda, conseguiu juntar outros artistas na mesma causa.
Como ele mesmo disse, “o Brasil resiste”.
Em cima de um trio elétrico, diversas personalidades participaram de um movimento que não começou na política e em nenhum partido. Ontem, o Brasil acompanhou a resistência da cultura.
Os brasileiros viram esses artistas entregando sua arte, seus nomes e seus ideiais contra um projeto de governo que destrói a cultura, o meio ambiente e os povos indígenas.
Caetano chorou.
De cima do trio elétrico, ao receber um beijo da admirável Paula Lavigne, o ídolo que já viveu tantas dificuldades não conteve as lágrimas.
Um sinal de sua luta e do seu amor às causas sociais. Um sinal de sua entrega, de corpo e alma. Junto com Caetano, chora o Brasil. O Brasil que não dá o devido valor às suas raizes, aos povos originários e ao seu riquíssimo meio ambiente.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acompanhou o ato. Para ele, o evento foi o maior já realizado no país em defesa do meio ambiente.
“Caetano liderou artistas, sociedade civil e nós, políticos, no maior ato em defesa do meio ambiente que já se viu na história desse país. Além disso, foi o principal ato, um dos mais importantes atos de resistência ao fascismo bolsonarista dos tempos atuais”, disse o senador à coluna.
Depois do evento em frente ao Congresso, o ato continuou na casa de Orlando Morais.
Além de Caetano, artistas como Daniela Mercury, Seu Jorge, Letícia Sabatella, Duda Beat, Mariana Ximenes, Alessandra Negrini uniram suas vozes num jantar emocionante.
Dessa vez, eu passei rapidamente por lá. E senti, na pele, a vontade de cada um de mudar a realidade. Um protesto pacífico, mas com força para transformar o que vivemos hoje.
Estamos diante de um ano fundamental para o futuro do país. O ato de ontem é histórico e simbólico: se houver união, vamos vencer.
E assim como diz uma das músicas cantadas ontem, “a gente quer viver pleno direito, a gente quer viver todo respeito, a gente quer viver uma nação”.