Eleito com o discurso de que governaria para os mais pobres, Lula já começou a transição do governo agindo para cumprir a principal promessa da campanha. Nesta quarta, 9, o presidente eleito fez movimentos que pretendem garantir o Bolsa Família no valor de R$ 600, além do aumento real do salário mínimo.
Como a coluna mostrou, Lula aproveitou os 10 minutos que teve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar de pautas que beneficiam, principalmente, a população mais carente do país.
A articulação de Lula está em linha com a que vem sendo adotada há dias por seu vice, Geraldo Alckmin. Na terça, 8, o vice-presidente eleito deixou claro que a prioridade do novo governo é garantir o benefício aos mais pobres.
“O foco todo é a questão social. Não interromper o pagamento dos R$ 600, que a população precisa, é a população mais sofrida e os R$ 150 por criança de até 6 anos”, declarou Alckmin.
Para conseguir pagar o auxílio de R$ 600, o governo deve utilizar a chamada PEC da Transição, uma proposta que poderá garantir o pagamento fora do teto de gastos. Em uma jogada, Lula teria duas vitórias: manterá o benefício aos mais pobres e ainda cumprirá a responsabilidade fiscal.
O petista sabe que o eleitorado mais pobre confia em seu trabalho e, por isso, depositou seu voto para que ele voltasse ao poder. Agora, tenta agir para garantir a confiança desses eleitores. Na análise por regiões do país, Lula só conseguiu vencer Bolsonaro na região Nordeste, exatamente a região que mais sofre com a pobreza.
Lula quer responder de imediato o voto que recebeu de quem ganha até dois salários mínimos. Logo na primeira semana de governo, quer ter nas mãos a garantia de que os benefícios serão pagos de forma responsável. O presidente eleito mostra suas habilidades políticas e deixa claro que pretende cumprir tudo – ou quase tudo – que prometeu durante sua campanha.